Folha de S. Paulo


Leitores comentam artigo sobre movimento de boicote a Israel

O BDS (Boicotes, Desinvestimentos e Sanções) é uma iniciativa errônea de interferir num processo já delicado de negociações entre agentes representantes do povo israelense e palestino (BDS: liberdade, igualdade e justiça). Em sua estrutura, o BDS não antevê a sobrevivência do Israel como Estado judeu soberano! Não é com difamação e evitando o intercâmbio saudável do mundo acadêmico que se promove a paz, mas com uma honesta vontade de aceitar seu vizinho sem demonização! O BDS não é lúcido em suas reivindicações.

FLORIANO PESARO, secretário de Estado de Desenvolvimento Social (São Paulo, SP)

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Eric van Nieuwland
Caetano e Gil, que receberam pedido para cancelar show em Israel, se apresentam em Amsterdam
Caetano e Gil, que receberam pedido para cancelar show em Israel, se apresentam em Amsterdam

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Nosso total apoio ao movimento BDS contra o Estado de Israel e os crimes contra a humanidade. Assim como acontecia com a África do Sul nos tempos sombrios do apartheid, a comunidade internacional e as empresas precisam adotar sanções econômicas e políticas contra Israel, que construiu um muro ilegal na Cisjordânia e pratica o genocídio do pobre povo palestino. Somos cidadãos do mundo e devemos lutar contra toda e qualquer forma de opressão, discriminação, dominação, racismo, intolerância e barbárie e a favor da civilização, baseada na tolerância, respeito e paz entre os povos.

RENATO KHAIR (São Paulo, SP)

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O senhor Mahmoud Nawajaa, desinformado, erra e compromete a Fundação Bienal de São Paulo quando afirma que dispensamos o apoio do Consulado de Israel à sua 31ª edição. Como na época foi amplamente divulgado, recebemos o patrocínio. Se a instituição não interfere na escolha dos artistas pelos curadores nem nas obras e temas escolhidos pelos artistas, seria incompreensível que recebesse qualquer instrução sobre sua política de recursos. A Fundação Bienal de São Paulo é uma instituição de natureza cultural e educacional, sem fins lucrativos e sem vinculações políticas e religiosas.

LUIS TEREPINS, presidente da Fundação Bienal de São Paulo (São Paulo, SP)

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O artigo peca na essência. A busca pela liberdade, igualdade e justiça acompanha a humanidade desde sempre.
Liberdade de se expressar e expor a arte. Igualdade aos acessos e às possibilidades. Essas virtudes são as que todo mundo aspira. Quando elas não funcionam, há que se fazer justiça.
Ao se propor o cancelamento de uma expressão de arte, cria-se a injustiça, pois apenas a outros é permissível.
Nesta mesma linha é criada a desigualdade. Como se cria a justiça? Com a criação de um Estado. Com a hierarquização dos costumes, reservando a cada um a sua parte, seu lugar, sua função, como ensina Platão.
Penso que o BDS ao invés de propor miudezas como essas do Caetano e Gil deveria voltar seu olhar para o Estado Islâmico, para quem o show é decapitar seres humanos e exibi-los ao mundo.

MOYSES AKERMAN (Rio de Janeiro, RJ)

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O senhor Mahmoud e todos que criticam a política de ocupação israelense se esquecem que Israel é uma democracia. Portanto, essa política é, circunstancialmente, apoiada pela maioria da população israelense, já que todas as pesquisas demonstram que na realidade grande parte desta população prefere a devolução dos territórios em troca de paz com os palestinos.
O verdadeiro motivo da ocupação é o medo da população israelense, justificado por diversos exemplos, de fragilizar a sua segurança. Israel segue a famosa frase de Golda Meir: "Prefiro receber críticas a receber condolências". Que tal começar a pressionar o Hamas a retirar de sua constituição o compromisso de eliminar Israel e parar de ensinar as crianças palestinas a demonizarem os judeus. Talvez seja mais eficaz do que o BDS.

ALEX STRUM (São Paulo, SP)

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Existe um fato que a experiência comprova diariamente: em qualquer conflito, guerra, desentendimento ou mesmo em brigas de casais não existe um único culpado, cada parte tem sempre suas razões.
Portanto, o BDS já parte de um princípio errado por considerar Israel como único responsável pela situação dos palestinos.
O BDS ignora, ou finge ignorar, a história da região. Logo após ser declarado Estado, Israel foi covardemente atacado pelo grupo de países árabes, sendo que neste conflito os palestinos serviram de joguete na mão dos agressores.
A afirmativa de que o BDS não promove boicote a indivíduos carece de qualquer sustentação, pois um boicote a um país inevitavelmente atinge todos os habitantes: judeus, cristãos e árabes. Estes, aliás, compõem mais de 30% da população com todos os direitos como qualquer outros.
Também sou contra as colônias e o muro, mas lembro que apesar destas medidas, Israel sofre constantemente ataques de foguetes e homens bomba que já mataram centena de israelenses.
O BDS acredita que, se os objetivos que dizem querer atingir, o fim da ocupação, desmonte do muro, além do vago "direito iguais para palestinos que vivem em Israel", resolverá o problema? O que os palestinos, o Hamas e outros grupos terroristas que usam os palestinos como escudo, oferecerão em troca, já que esses grupos sempre declararam que o seu objetivo é varrer Israel do mapa?
Por que o BDS, que se declara defensor dos direitos dos oprimidos, não se pronuncia sobre as barbaridades cometidas pelos grupos terroristas EI, Boko Haram etc.? E qual a posição do BDS em relação aos regimes que cometem terríveis discriminação contra as mulheres, em especial caso Malala. Uma última pergunta: de onde provem os recursos para manter o BDS?

ISRAEL FALEX (Rio de Janeiro, RJ)

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