Folha de S. Paulo


Leitor comenta declaração de jurista sobre condições dos presos do petrolão

O ministro Aloizio Mercadante é inteligente. Espero que entenda que grande parcela dos cidadãos brasileiros também o são suficientemente para saber que as doações da UTC foram, no mínimo, suspeitas de criminosas (Políticos citados dizem que doações foram declaradas). Qual razão levaria Ricardo Pessoa a ser tão generoso com meio milhão de reais? Amizade? Por ser militante do PT? Por alinhamento ideológico com o projeto do partido? Sabemos que as respostas são "não". Está evidente que, para o PT, o fim justifica os meios.


OTMAR MÜLLER (Criciúma, SC)

Zanone Fraissat - 14.nov.2014/Folhapress
Ricardo Pessoa ao ser preso pela PF
Ricardo Pessoa ao ser preso pela PF

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Renato de Mello Jorge Silveira consegue ser vazio e incoerente ao mesmo tempo em que tergiversa em O ilegítimo e o ilegal. Alega ilegitimidade na Lava Jato, mas nunca diz explicitamente a razão de tal ilegitimidade. Diz que a investigação pressupõe "erroneamente" que os donos das empreiteiras deviam vigiar suas empresas. Gostaria de saber se o digno professor não vigia atentamente o próprio patrimônio, como eu e qualquer pessoa sensata faz. Essa ardente defesa do PT, implícita, indica que pretende seguir os passos de Dias Toffoli no STF por indicação petista na próxima vacância?


EDVALDO SILVA DE ALLMEIDA JR. (Curitiba, PR)

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Muito interessante a distinção entre ilegal e ilegítimo. Concordo plenamente que é importante levar em conta os princípios no julgamento das ações penais de qualquer natureza. Causa espanto, por isso, que agentes públicos flagrados em receptação de dinheiro, qualquer que seja a quantia, aleguem que as doações foram legais. Serão legítimas? Não estou formulando um julgamento. Este cabe ao terceiro poder da República, o Judiciário. Qualquer tentativa de esvaziar o processo também me parece ilegítima.


MARIA APARECIDA MEZZALIRA GOMES (Jundiaí, SP)

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O advogado Bandeira de Mello não estava nos seus melhores dias quando deu entrevista à Folha (Prisões são usadas para coagir, diz jurista) e disse uma barbaridade destas: "Se você viveu numa favela, sua condição de vida é uma. Se você está acostumado a um mínimo de privacidade e o colocam numa cela que só tem um buraco, você está sendo torturado". Quer dizer: se o cara é empreiteiro e surrupia dinheiro do povo, paga "pixuleco", não pode ser preso. Agora se for favelado...Lembro que os "pixulecos" poderiam amenizar a situação de muitas favelas, hospitais, escolas etc.


JOSÉ RONALDO CURI, advogado (São Paulo, SP)

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Parece que o jurista não sabe que o juiz Moro baseia-se na experiência italiana Operação Mãos Limpas, que estudou a fundo. A escolha de dirigentes de órgãos públicos é importante demais para deixar só nas mãos do executivo. Que seja igual à escolha dos membros do STF. Que haja sabatina. Pelo menos. Já que é mais difícil exigir competência e ética. Concordo que nossas prisões são péssimas. Porém por que o professor não levantou esta bandeira antes? Quando apenas o cidadão comum era preso? Mas só agora? Concluindo, fico pensando no que teria dado este caso, se estivesse nas mãos de outras pessoas. Pois o Juiz Moro é apenas um de um grande equipe. Brasileiros que lutam por um país melhor. E que por isso tem sofrido ataques nas redes sociais. Por quê? Por que procuram fazer a coisa certa. Cometem equívocos? É provável. Importa é o saldo.


ANTÔNIO C.SOUZA (Curitiba, PR)

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As declarações atribuídas ao advogado especializado em direito administrativo soam patéticas. Bem possivelmente, se as mais recentes revelações envolvendo o ex-presidente da República e a atual ocupante do cargo não tivessem vindo a público, não estariam sendo feitas. Por outro lado, não é o juiz federal Sérgio Moro que quer aparecer –coisa que sequer ele precisa– e nem a imprensa que está inventando algo. É a forma escandalosa como foram cometidos crimes de toda ordem pelo núcleo do poder, que se encastelou há mais de 12 anos, é que dá realce a tudo que se refira à Operação Lava Jato. Muito jovem, o juiz federal Sergio Moro, no exercício de seu ofício, tem expressiva prestação de serviços relevantes à sociedade. Talvez isso incomode.


ANA LÚCIA AMARAL, procuradora regional da República aposentada (São Paulo, SP)

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