A conclusão de Contardo Calligaris (Ter mais e ter menos) de que a tentação do crime seja maior pra quem tem mais do que para quem tem menos parece óbvia, considerando que o óbvio é o que geralmente menos se vê. É evidente que os grandes traficantes de drogas não estão nas favelas, porque a maconha, a cocaína etc, não nasceram lá, chegaram por uma rota por terra, céu e mar. A corda, como diz o ditado, sempre arrebenta do lado mais fraco e quem vai para cadeia é o de sempre: o preto, pobre e favelado. E agora?
SYLVIA MANZANO (Praia Grande, SP)
| Divulgacao/PM |
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| Polícia Militar encontrou 515 tabletes de maconha em uma casa no bairro Cidade Ademar, em São Paulo |
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Contardo Calligaris defendeu abertamente o " ter" pois, segundo ele, o ter agita, dá movimento, faz tudo crescer, e incentiva os seres humanos a criar. Deixem-me discordar, eu acho um horror, e mais, um tédio, essa apologia do " ter", as pessoas se vulgarizam, perdem a vida valorizando um sucesso baseado na visão dos outros, acabou de vez a gentileza, o romantismo, as músicas, o respeito humano, vejo gente grossa comandando um país, o poder. Gente horrorosa sendo formadora de opinião, pessoas neurastênicas nas ruas. É óbvio que ter é muito bom, mas abandonar o ser, deixou o mundo "descolado" 24 horas no ar, podemos tudo, o tempo todo, só que é como comer, existe a comida que nos é servida quente, gostosa, temperada, e na hora certa, com fome até, isso é o " ser". O " ter" é a comida de saco plastico o tempo todo no meu colo, sem variação, sem fome, sem espera, muito tempero, muito sal, tudo igual.
ROBERTO MOREIRA DA SILVA (São Paulo, SP)
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