Folha de S. Paulo


Leitores comentam greve dos professores em São Paulo

A matéria "Greve dos professores já afeta alunos em SP; governo diz que não negocia", informa que o secretário da Educação teria proposto à Apeoesp negociar um plano de reajuste para quatro anos, a partir do mês que vem. Reafirmo que a informação não procede. Se o fez, foi em reunião com outras entidades, como Udemo, CPP, Apase e Apampesp, da qual a Apeoesp foi excluída. Nas reuniões conosco, o secretário absteve-se de propor algo sobre salários. Não houve ganho real no primeiro mandato de Alckmin. Temos perdas ainda e queremos discutir o cumprimento da meta 17 do PNE (equiparação com demais categorias de formação de nível superior). Não aceitamos "reajuste zero". Ele se diz surpreso com nossa greve, mas foi comunicado em audiência pública na Alesp, no final de 2014, que haveria greve se não houvesse uma proposta salarial. Nossa data-base é 1º de março (Lei 12391/06). Fazemos assembleias em praças públicas, inclusive em frente à Secretaria da Educação. Lá, em 29/1, cinco mil professores aclamaram o indicativo de greve. É risível o índice de paralisação divulgado pela secretaria. Seria o único caso no mundo em que o índice normal de faltas teria diminuído durante uma greve.

MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA, presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) (São Paulo, SP)

Marlene Bergamo/Folhapress
Professores fazem assembleia e decidem manter grave iniciada na semana passada
Professores fazem assembleia e decidem manter grave iniciada na semana passada

*

A afirmação do secretário de Educação de São Paulo, Herman Voorwald, de que foi surpreendido por greve, mesmo após o compromisso de negociação em abril e prestes a pagar o maior bônus por desempenho da história para categoria –ultrapassando R$ 1 bilhão– mostra que a Apeoesp está mais preocupada em fazer política do que com a educação. Com responsabilidade, nos últimos quatro anos o governador Geraldo Alckmin concedeu aumento acumulativo de 45,2% aos professores. O piso paulista é 26% superior ao piso nacional estipulado pelo MEC. Claro que devemos sempre fazer mais, mas com responsabilidade.

CAUÊ MACRIS, deputado estadual pelo PSDB (São Paulo, SP)

*

Em ""Greve de professores é 'fora de hora', diz secretário paulista da Educação", o secretário da Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorward, declarou que o pedido de reajuste salarial de 75% pelos professores parte da comparação com o profissional com ensino superior no setor privado, o que não é verdade. O levantamento de equiparação leva em conta salários de profissionais com nível superior do próprio Estado de São Paulo, levantamento feito pelo Dieese. O índice apresentado pelo secretário de que apenas 2,5% dos professores estão parados também não condiz com a realidade, como temos acompanhado diariamente nos comandos de greve na região de Avaré.

MARCELO DE GODOY DOMINGUES, professor (Avaré, SP)

*

A Apeoesp deve ser francesa ou está plagiando os estudantes franceses de 1968: "Seja realista, peça o impossível". Convenhamos: 75% de aumento no momento atual não pode ser sério.

RENILDO MARQUES MACHADO (São Paulo, SP)

*

PARTICIPAÇÃO

Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br


Endereço da página:

Links no texto: