Folha de S. Paulo


Leitores comentam artigo de Neca Setubal sobre educação

A dra. Maria Alice Setubal aborda com propriedade as inquietações dos professores sobre
o nosso Sistema Educacional. Nós, professores, estamos cansados de ouvir o discurso de preparar o educando para uma sociedade em vertiginosa mudança. Falamos isto há mais de 50 anos. De que adianta o saber se ele não é partilhado? Eis o nó górdio presente na educação. Pequena parte dos educadores e grande parte dos que decidem o que deve ser feito ignora, ou que é pior, despreza, o que nos ensina a moderna pedagogia. A prova nacional única, por exemplo, é um descuido grave quando podemos constatar que numa mesma cidade temos escolas com peculiaridades culturais distintas.

ANTONIO POSSATO, diretor de escola aposentado (Barretos, SP)

Apu Gomes/Folhapress
Sala de aula
Sala de aula

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A dra. Maria Alice Setubal, em seu artigo "Da retórica aos resultados", disse que a qualidade da educação no Brasil reclama muito mais que bons resultados no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) ou no Pisa ( Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). Ela concorda, e nós também, serem importantes itens como: formação e qualificação de professores, gestão por resultados com metas, currículo e material didático, acompanhamento dos resultados pelos pais. Ela considera inadequada a sistemática de certas escolas de selecionarem seus alunos em base a rigorosos testes de conhecimentos, devido a acirrarem as desigualdades, excluindo do processo as parcelas mais vulneráveis da população, já que a qualidade tem que estar estreitamente relacionada com equidade para todas as crianças e jovens do país. No nosso entender, essa equidade poderia ser em parte alcançada se o estudo fosse nivelado por baixo, em base à má qualidade dos alunos, o que seria catastrófico. Acabou sendo contraditória, pois escolas que selecionam estudantes mais aptos são justamente aquelas que estão praticando a equidade.

JOÃO HENRIQUE RIEDER (São Paulo, SP)

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O artigo de Maria Alice Setubal, embora trate de fatos relevantes sobre a educação brasileira, deixa de focalizar aspectos essenciais. Os estudantes matriculados em cursos de Licenciatura, em sua esmagadora maioria, não pretendem exercer o magistério, especialmente junto à rede publica, e quando afirmam pretender atuar como professores o fazem com reservas. Da mesma forma, os cursos voltados à formação de professores são os de mais mais baixa procura pelos candidatos aos vestibulares nos últimos anos praticamente em todas as instituições de ensino do país. Desde 1º de janeiro temos como ministro da Educação um dos governadores que em 2008 assinaram ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o piso salarial dos professores.

NEWTON CESAR BALZAN (Campinas, SP)

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