Folha de S. Paulo


'Presidente da Sabesp tenta mascarar crise hídrica', diz leitor

O presidente da Sabesp (A Sabesp raciona água? ) tenta mascarar a crise hídrica, levando os leitores médios a apoiar as medidas do governo e da empresa. São Paulo possui inúmeros reservatórios e represas, o problema é que não são interligados. Não existem problemas em utilizar água subterrânea, a não ser o elevado custo de extração e distribuição –o investimento que deveria ser realizado. Mas, claro, punir é mais fácil. Como se as pessoas já não estivessem sendo punidas pela incompetência na gestão dos recursos hídricos.

ROBERTO GOMES DA SILVA FILHO, professor de geografia (São Paulo, SP)

Rivaldo Gomes-19.jan.2015/Folhapress
Moradores do bairro Nova Conceição, em Osasco, na Grande São Paulo, ficaram sete dias sem água. A dona de casa Ilma Vasconcelos Correa mostra caixa d'água que desistiu de instalar porque a pressão da torneira é muito baixa.
Moradores do bairro Nova Conceição, em Osasco, na Grande São Paulo, ficaram sete dias sem água. A dona de casa Ilma Vasconcelos Correa mostra caixa d'água que desistiu de instalar porque a pressão da torneira é muito baixa.

*

Vivemos uma seca severa, temos que mudar nosso padrão de consumo, aprender e aplicar estratégias de reúso. Mas, se somos cobrados, o governo do Estado e a Sabesp também deveriam sê-lo com relação à seriedade e à transparência de sua conduta diante do problema. As obras que agora são emergenciais, como a substituição das tubulações, levarão anos e poderiam ter sido iniciadas em 2004. Quanto poderia ter sido evitado se o planejamento para garantir o abastecimento fosse prioridade? Enquanto o Estado minimizar a crise hídrica, imagine quantos anos levaremos para superá-la.

CRISTINA ROSSI NAKAYAMA, (Diadema, SP)

*

Moro no viaduto Santa Ifigênia. Desde segunda-feira, a água acaba por volta das 20h e volta às 14h. Ou seja, tenho seis horas de água num período de 24 horas. Não moro em um lugar alto, moro ao lado do vale do Anhangabaú. Isso é frequente. Na semana passada, a água acabou por dois dias; nesta semana, em todos os dias. Racionamento é a retirada da água periódica, porém previamente comunicada. Comunicada ela não é. Prezado Jerson Kelman, tenha a mínima consciência política e social e pronuncie-se com a verdade.

PAULA LEITE (São Paulo, SP)

*

Na Grande São Paulo, já existe racionamento ou rodízio há muito tempo. Como exemplo, cito Guarulhos. Bairros abastecidos pelo Sistema Cantareira, como a Vila Galvão, onde moro, recebiam fornecimento, já há vários anos, de aproximadamente 12 em 12 horas (com água de dia e sem à noite). No ano passado o fornecimento passou a ser feito em dias alternados. Hoje, nos dias de fornecimento, são apenas 12 horas de água (para 36 horas sem). E Kelman diz que evita o racionamento para não contaminar a água, sem pressão. Qual é a pressão da rede com o fechamento?

WALTER C. CATELAN (Guarulhos, SP)

*

A atual crise serve de alerta para que a Sabesp pratique sempre o racionamento, essencial mesmo quando houver água. Sabendo usar não vai faltar.

ARMANDO CARVALHO (São Paulo, SP)

*

Por desconhecimento ou má- fé, o Sr. Bernardo Mello Franco comete grande injustiça ao comparar o apagão ocorrido no país no governo FHC em 2001 com o atual. Naquele não havia energia a ser distribuída, o racionamento foi longo e a população ainda teve que ressarcir as empresas de distribuição; neste não houve falta de energia, mas falha na distribuição por breve período e não há racionamento, nem ressarcimento.

ADEMAR G. FEITEIRO, advogado (São Paulo, SP)

*

PARTICIPAÇÃO

Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br


Endereço da página:

Links no texto: