Folha de S. Paulo


Leitores criticam artigo de Ruy Castro sobre execução na Indonésia

A presidenta Dilma, ao pedir clemência para o cidadão brasileiro Marcos Archer, reconheceu a gravidade de seus crimes, disse respeitar a soberania e o sistema jurídico indonésio e invocou razões humanitárias. Pesquisador criterioso e admirado por todos, Ruy Castro poderia saber que o governo brasileiro tem se manifestado contra as execuções do Estado Islâmico, mas, sobretudo, não repetir a notícia absolutamente falsa de que a presidenta propôs diálogo com os terroristas.

MARCO AURÉLIO GARCIA, assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidenta da República (Brasília, DF)

8.jun.2004/Reuters
Marco Archer Cardoso Moreira, executado na Indonésia no último sábado (17)
Marco Archer Cardoso Moreira, executado na Indonésia no último sábado (17)

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Parabéns a Ruy Castro. Compartilho suas ideias. Um dos males da prepotência é a miopia que acomete a presidente Dilma.

GILVAN ANTÔNIO DAL PONT, advogado (São José dos Pinhais, PR)

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É impressionante a capacidade de alguns colunistas de transformar qualquer assunto num motivo de crítica a Dilma Roussef. A presidente manifestou "consternação e indignação" pela pena de morte aplicada a um brasileiro na Indonésia, e era de se esperar que recebesse por este ato a aprovação de todos os humanistas brasileiros. Mas Ruy Castro usa o fato como mote para listar um monte de assuntos sobre os quais, na opinião dele, ela também deveria se manifestar. E daí, Ruy? Um ato louvável deve ser desprezado só porque alguém levanta um possível omissão em outra situação? A atitude do colunista pareceria a de uma criança mimada, se não fosse apenas intolerância contra a presidente, desvelando uma oposição raivosa onde não cabe o reconhecimento dos acertos. E já que a questão das drogas lhe é tão cara, qual a posição do colunista sobre os 500 kg de cocaína descobertos num helicóptero de um parlamentar mineiro?

JOSÉ CLÁUVER DE AGUIAR JUNIOR (Santos, SP)

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Achei que faltou sinceridade a Ruy Castro no seu posicionamento sobre a execução do brasileiro na Indonésia. Ainda que externe tristeza pela execução, ele se mostra incomodado com a consternação de Dilma pela morte de um cidadão brasileiro, tachando este de arrogante por ter esperança de não ser executado por um Estado constituído. Também menciona que a droga vendida por ele na Indonésia mata tantos outros aqui, numa forma de justificar a barbárie cometida. Muito triste que a pena de morte seja defendida implicitamente por colunista desta Folha.

BRUNA RIGO LEOPOLDI RIBEIRO NUNES (São Paulo, SP)

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