Folha de S. Paulo


Ex-reitor da USP critica sucessor ao comentar crise na Universidade

Sobre a notícia da Folha, do dia 10, que a crise financeira da USP foi superada, é meu direito e dever ressaltar o que segue. Antes da afirmação do atual reitor, eu comprovava o absurdo da afirmação de que a "USP estava falida", com as bilionárias reservas orçamentárias deixadas pela passada gestão. Agora o próprio reitor comprova nunca ter havido a propalada falência! Depois de repetir, por onze meses, tal mantra; sem que a Universidade tenha recebido recurso novo; após ter ela gasto, embora parada, por quase 4 meses, em razão da maior greve que a USP já teve, cerca de um terço do orçamento de 2014, ou seja, um bilhão e meio; após ter sido destinado pela reitoria 400 milhões de reais para o Programa de Demissão Voluntária, o reitor afirma, publicamente, que a "crise financeira" está superada, com a utilização das reservas orçamentárias (até então escondidas por ele), além da implantação do PDV. Falava ele em "falência", que agora foi desclassificada para "crise financeira", crise essa resolvida, genialmente, sem, de um lado, ter recebido qualquer aporte extraordinário, e de outro ter gasto ou se propor a gastar fortunas. Temo que a USP perca o seu reitor, pois, após essa façanha é ele candidato natural a ministro da Fazenda do Brasil! Passada as eleições, ele faz a declaração redentora. Isso comprova a motivação política, sempre por mim apontada nesse e em outros episódios da atual administração reitoral da USP.

Zanone Fraissat/Folhapress
João Grandino Rodas, ex-reitor da Universidade de São Paulo
João Grandino Rodas, ex-reitor da Universidade de São Paulo

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