Folha de S. Paulo


'Candidatos não apresentaram um projeto claro e seguro', comenta leitor

Está muito difícil para nós, eleitores, escolher aquele que possa melhor dirigir o Brasil. Os dois candidatos à Presidência se opõem na imprensa televisiva e escrita sempre apontando as mazelas do passado de um e do outro, bem como de seus partidos. Não conseguiram apresentar até agora um projeto claro e seguro, em que se possa confiar e que seja capaz de produzir mudanças profundas neste país.

WALTER JALIL GARIB (São Paulo, SP)

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Essa oposição não toma jeito mesmo. Como eles ousam criticar a roubalheira na Petrobras, estatal que o PT "privatizou" para si próprio e mais dois partidos da base aliada? Imagine se aquelas estatais deficitárias privatizadas no governo anterior estivessem hoje nas mãos dessa gente. Esse (des)governo que alardeia governar essencialmente para os mais humildes deveria explicar o porquê de o BNDES emprestar ao grupo JBS (Friboi) a astronômica quantia de R$ 9,5 bilhões a juros de 4% ao ano. Pobre Brasil!

ALCIDES GONÇALVES (Marília, SP)

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Fiquei muito feliz, de alma lavada mesmo, com a brilhante lucidez, contida no belíssimo artigo do senhor Roberto Amaral, ex-presidente do PSB, ao escrever com tamanha sabedoria e espírito republicano –raríssimos nos quadros políticos atuais– o que ele intitulou "O PSB renunciou ao seu futuro". Concordo. Parabéns, doutor Roberto Amaral, o senhor me representa.

JOSÉ ANÍSIO PITICO DA SILVA (Juiz de Fora, MG)

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Com todo o respeito que merece o senhor Roberto Amaral, muitas de suas opiniões estão desatualizadas. A comprovação disso é a cisão do partido que presidia. O PSB está somente seguindo a tendência de transformação da sociedade. Qualquer partido que se preze precisa acompanhar as transformações da sociedade, se quiser ser perene.

GIL DOS SANTOS NETO (São Paulo, SP)

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Querem transformar Fernando Henrique Cardoso em demófobo, ignorando que ele sempre teve conduta respeitosa e generosa com os que lhe prestam serviços. Em sua carreira, elegeu como temas prioritários questões relativas às classes populares (movimento operário, situação do negro, subdesenvolvimento), o que desencadeou a perseguição da ditadura e o levou ao exílio. Seu governo foi pioneiro em programas de redução da desigualdade, como bolsa-escola, depois unificados e ampliados por Lula –além do Plano Real, à época não aprovado pelo PT. Querem retocar a história como Stálin, que apagava desafetos de fotos oficiais. Ninguém precisa atestar o compromisso de FHC com a democracia. Sua vida diz isso. Ele está muito bem na foto do Brasil. Não há truque que o tire de lá.

BETH VIVIANI (São Paulo, SP)

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No texto "Corações e mentes", Eliane Cantanhêde diz que os pobres e menos escolarizados comentam entre si, em ônibus e metrôs, que temem o fim de programas sociais com Aécio no poder, enquanto ricos e escolarizados falam sobre os esquemas de corrupção protagonizados pelo PT. Se não sou pobre, tampouco me enquadro entre os ricos, trabalho, estudo e frequento bares nos quais se discute o Mensalão Mineiro, a construção de certo aeroporto em terreno de certa família, um partido elitista cujo líder chamou aposentados de vagabundos e classificou apoiadores de Dilma como "menos informados". É vergonhoso o modo como essa articulista, que sempre admirei, tem apoiado o candidato tucano.

MURILO EDUARDO DOS REIS (Araraquara, SP)

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Concordo com José Antonio Garbino (Painel do Leitor 11/10/14) que alega que o Alexandre Padilha distorceu o que disse Fernando Henrique Cardoso. Padilha cometeu o mesmo erro quando afirmou que o Geraldo Alckmim havia fechado leitos nos Hospitais de São Paulo e, com justiça, perdeu o seu tempo de TV para o Governador. Será que um dia eles vão aprender a não caluniar?

NILZA PEREIRA RUBO (São Paulo, SP)

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Aécio mostrou-se tolerante demais com Marina, que como os demais derrotados no primeiro turno deveria ter se posicionado a favor de um dos candidatos no segundo turno ou não apoiar ninguém. Ficou muito feio para Marina fazer exigências de perdedora e mais feio ainda Aécio ter se comprometido a aceitar pontos fora de seu programa. O custo-benefício é desfavorável para ele.

ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP)

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Corruptos e dedos-duros como Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef tornaram-se heróis e referência nacional. Paladinos da ética e da verdade. Significa que o Brasil continua monitorado pela hipocrisia, pelo oportunismo, pela farsa, pela leviandade e pela canalhice.

VICENTE LIMONGI NETTO (Brasília, DF)

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Dilma se diz estarrecida com a divulgação dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef, e classificou o fato como sendo "golpe da oposição". Sem dúvidas nosso país virou uma piada. Mas, me parece que a festa está chegando ao fim, e seria uma atitude de bom senso que, a partir de primeiro de janeiro, a Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizasse, no aeroporto de Brasília, um avião à espera da cúpula do governo, com plano de voo para Cuba. Cansei de ver por 12 anos os meus impostos serem roubados e ainda ter que alimentar bandidos na cadeia. Não dá.

HUMBERTO DE LUNA FREIRE FILHO, médico (São Paulo, SP)

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A presidente Dilma Rousseff, pelo que pode ser aferido do depoimento em juízo do ex-diretor da Petrobras, tornado público em decorrência de um princípio constitucional, foi eleita em 2010 com dinheiro público surrupiado mediante negociatas promovidas pelo PT nos contratos celebrados pela empresa estatal petroleira. Isso, sim, é um fragoroso golpe, que viabilizou um mandato consequentemente espúrio.

TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO, advogado (Belo Horizonte, MG)

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Vi bastante gente decepcionada com a guinada às pautas conservadoras que uma boa parte dos eleitos trazem consigo nessa eleição. Quem foram às ruas protestar em 2013 por determinadas pautas não são, em essência, os mesmos indivíduos que elegem candidatos como o campeão de votos no RS para deputado federal (que afirmou que índios, quilombolas e homossexuais são "tudo o que não presta"). O Brasil não está mais conservador, apenas revela o que uma ala do eleitorado tem sido há muito tempo. Pelo contrário, é fácil perceber que a geração mais jovem apresenta uma visão muito mais progressista.

DANIEL QUOOS PEDRO, estudante de economia da UFRGS (Porto Alegre, RS)

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Justificar o roubo em nome de partidos políticos, negando evidências e minimizando o enriquecimento pessoal e autoproclamado dos delatores, leva à naturalização do furto e ao debate zero. Equivale a dizer que "nosso furto é válido", em detrimento de furtos realizados por outros partidos. Isto nos deixa sem palavras. É a morte da política –sem falar dos assassinatos propriamente ditos já cometidos em decorrência dessas práticas. Quanta desumanidade!

CELENE FONSECA (Salvador, BA)

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