Folha de S. Paulo


Pelé perdeu oportunidade de ficar calado, afirma leitor

Pelé perdeu uma grande oportunidade de ficar calado. Em vez de apoiar a decisão corajosa de Aranha que, ao denunciar o racismo, trouxe para sociedade a discussão, Pelé se demonstrou tolerante a este tipo de conduta, minimizando a própria ofensa. Espero que o futebol tenha cada vez mais Aranhas e que a "era Pelé" tenha se encerrado de vez.

BRUNA RIGO LEOPOLDI RIBEIRO NUNES (São Paulo, SP)

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Pelé fez bem ao declarar que, se fosse parar o jogo a cada vez que o chamavam de macaco, entre outras imbecilidades, não teria feito nem dez gols. Aranha, dentro do modismo de dar lente de aumento a preconceitos, exagerou. O racismo tem que ser extinto, mas tentar controlar as ofensas em futebol é impossível. É uma coisa animal e forte que os fanáticos não controlam. Alguém consegue controlar um soluço?

ROBERTO MOREIRA DA SILVA (São Paulo, SP)

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Que eu me lembre, nos últimos 50 anos, Pelé nunca se manifestou de forma a coibir formas de discriminação racial. Ele não pode, portanto, descredenciar pessoas que o fazem. Pelé comprovou não se importar com o caso.

GIL DOS SANTOS NETO (São Paulo, SP)

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Mais uma vez o Pelé acerta. Além de ser o maior craque do futebol de todos os tempos, suas opiniões sempre são corretas apesar da contrariedade de alguns. Exemplos: "o brasileiro não sabe votar", "a educação no Brasil vai mal" e agora com a denúncia do Aranha do caso de racismo. E como fica a honra da mãe do juiz? Jogo é jogo, racismo é racismo, não devemos confundir as coisas.

RONALDO JOSÉ NEVES DE CARVALHO (São Paulo, SP)

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Ao afirmar que o Aranha reagiu mal e que não deveria ligar para os insultos racistas que sofreu na partida contra o Grêmio, Pelé presta um desserviço na luta contra a discriminação e o preconceito contra os negros no Brasil. Aliás, ele próprio foi chamado de "negro sujo" e "macaco" na final da Libertadores em 1963, em Buenos Aires, entre Santos e Boca Juniors. Segundo ele, os jogadores negros do Brasil também eram ofendidos na Suécia durante os jogos da Copa de 1958. É espantoso que depois de todo este histórico, Pelé venha dizer que "não se pode coibir o racismo publicamente". E pior, nunca participou de uma campanha contra o racismo ou qualquer outro tipo de preconceito ou discriminação no Brasil. Com essa postura o rei esta nu e continua pensando com o pé.

PEDRO VALENTIM (Bauru, SP)

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