Folha de S. Paulo


Leitores comentam artigo sobre orientação religiosa de Marina Silva

Enquanto lia o artigo do sr. Rogério Cezar de Cerqueira Leite, a minha reação era de indignação. Ao terminar a leitura, constatei que o autor é físico, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas e membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e do Conselho Editorial da Folha e fiquei não somente indignado, mas também perplexo. Como pode um homem com todos esses títulos escrever tanta bobagem?

ANTONIO SUCENA BONIFÁCIO (Brotas, SP)

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Parabéns a Rogério Cezar de Cerqueira Leite pelo artigo. Mais uma vez ele vai direto ao ponto ao mostrar o risco de Brasil eleger um presidente criacionista.

PAULO FIGUEIREDO (São Paulo, SP)

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Um professor emérito que não ouviu o barulho da queda do muro de Berlim resolveu atacar aquela que provavelmente derrotará a candidata suposta de esquerda. Atacou pessoas antenadas com o que acontece no país.

RONALDO JOSÉ NEVES DE CARVALHO (São Paulo, SP)

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Assim como Rogério Cezar de Cerqueira Leite, não quero ser governado por quem acredita em Adão e Eva. Num país com tamanha desigualdade, acho contraditório e um despautério Marina acreditar também no mercado financeiro (e ser creditada por ele).

MAURO BELLESA (São Paulo, SP)

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É lamentável como Rogério Cezar de Cerqueira Leite exerce um fundamentalismo medieval ao atacar Marina Silva. Ele é físico reconhecido, mas não está isento de dizer grandes besteiras e repeti-las de forma deselegante e grosseira contra quem pensa de maneira diversa. O fato de Marina acreditar no criacionismo não é demérito ou defeito, é só uma questão de opinião ou crença.

LEÃO MACHADO NETO (São Paulo, SP)

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Cerqueira Leite acertou em quase tudo o que escreveu. Não dá mais para simplificar a existência humana a uma hipotética divindade mística, Deus explica tudo para aqueles que não veem ou não querem ver as evidências que levam a usarmos da razão. A verdade é uma só, então por que existem tantas correntes religiosas? Deus não explica nada a quem tem sede de conhecer, sede de observar e que usa da razão para tentar entender o inexplicável significado da nossa existência. Acreditar que o mundo foi criado em sete dias e que tem somente dez mil anos é como acreditar em histórias infantis, contos a de "Alice no País das Maravilhas". As religiões infantilizam as pessoas, aterrorizam com a morte, o pecado, assim as mantém na prisão psicóloga do medo.

TIRONE TODESCHINI (Curitiba, PR)

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Impecável, sereno, firme e competente o artigo de Cerqueira Leite. Com forte argumentação acadêmica e religiosa, ele destrói o arsenal dos donos da verdade de barro, eternamente fantasiados de arrogantes e pretensiosos que insistem a todo custo impor suas opiniões.

VICENTE LIMONGI NETTO (Brasília, DF)

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Voto em Dilma, mas quero dizer a Cerqueira Leite que o também físico Max Jammer, ex-colega de Einstein, revelou em livro a crença de seu amigo em Deus.

ANDRÉ RICARDO DE SOUZA, professor do Departamento de Sociologia da UFSCar (Sao Paulo, SP)

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É triste ver tanta gente inteligente discutindo a religião de Marina. Religião não se discute, se respeita. Tanto quanto devem ser respeitadas quaisquer outras opções pessoais, bastando apenas obedecer as leis do país. Se Marina for presidente, terá de respeitá-las sem impor sua religião a outros. Prever o contrário baseando-se em desprezo a crenças pessoais é preconceito indigno de qualquer cientista.

ALBERTO DWEK (São Paulo, SP)

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O segundo artigo de Cerqueira Leite tenta vender sua suposta tolerância a quem crê em Deus, mas apenas como barganha pelo direito de combater os "fundamentalistas". Pode-se, segundo ele acreditar em um Deus, desde que dentro dos dogmas da fé ateia, ou seja, um Deus de mentirinha, de caráter exclusivamente folclórico e festivo, que não tenha tido nenhuma participação, qualquer que seja, no processo de criação do universo, pois isso seria criacionismo, e, portanto, inaceitável. Sugiro que escreva um manual definindo as características e os limites de um Deus que ele considera "aceitável".

ZALMAN GIFT (São Paulo, SP)

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Dá pena ver um homem do prestígio de Cerqueira Leite ser movido pela vaidade, a ponto de destratar de forma raivosa quem discorde de sua opinião. Em sua bronca chega a se atribuir a capacidade presunçosa de desvendar a alma e as intenções alheias. Já no artigo anterior se arrogava o poder da vidência, antevendo o entrave da crença de Marina para os destinos do país. Não existe um pingo de ciência nisso, apenas mera opinião de alguém que, neste caso particular, pratica o velho "achismo". Um homem comum, movido pela paixão. Embora de idade provecta, muito se beneficiaria com a leitura do livro "Autoengano", de autoria do brilhante Eduardo Gianetti, que ele ofende de forma grosseira.

RUBENS CHIAROTI (Londrina, PR)

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