Folha de S. Paulo


Leitores comentam artigo de Helio Schwartsman sobre crise na USP

A USP está inchada, com quadros administrativos superiores à necessidade, e aparelhada por sindicatos e partidos políticos. Além disso, é mal administrada por reitores coniventes com o statu quo. Para corrigir a situação, será preciso uma desconstrução do quadro existente para construção de uma nova universidade pautada em padrões de excelência hoje inexistentes.

LUIZ ROBERTO COSTA, formado em filosofia pela USP ( São Paulo, SP)

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Hélio Schwartsman, em "A Crise na USP ", faz um diagnóstico às avessas de possíveis saídas para a crise da USP. Aponta um caminho ainda mais privado (sistema de projetos e programas mais específicos aos moldes da Fapesp) e parece não perceber que a falha administrativa localiza-se justamente na estrutura apartada e autoritária de decisão. Constrói resposta que passa pela lógica do fechamento enquanto o que a USP precisa é de abertura: de processos decisórios, de debates, do exercício da crítica e das contas.

IVAN PAPATERRA LIMONGI, estudante da FAU-USP (São Paulo, SP)

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Hélio Schwartsman sintetiza o acúmulo de malfeitos na USP. Sempre me causou espanto constatar que as "inteligências" da instituição (professores, estudantes, funcionários ) não perceberam os erros administrativos. Ingenuidade ou corporativismo?

ALFREDO STERNHEIM (São Paulo, SP)

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Hélio Schwartsman comenta com propriedade sobre assunto que não domina, confundindo o leitor. Sugiro, para rebater, o texto do professor de história da USP Sean Purdy (bit.ly/spurdy), que aponta como problema central da crise financeira na USP, sua enorme expansão nas últimas décadas (86,6% na graduação) sem aumento correspondente de verbas. Na Unicamp, o Campus de Limeira (SP), inaugurado em 2008, as vagas aumentaram 17% sem o repasse prometido. A manipulação evidente de dados enfraquece as universidades públicas com cortes de funcionários, docentes, programas de pesquisa e bolsas para alunos.

MARIA JOSÉ MESQUITA, professora do Instituto de Geociências da Unicamp (Campinas, SP)

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Helio Schwartsman tece considerações que me parecem adequadas. Contudo, ao dizer que "rezar nunca é uma atitude racional", revela ignorar ampla massa de pesquisas que evidencia que, em muitas circunstâncias, rezar é, sim, a coisa mais racional a fazer. Os estudos de Kenneth Pargament sobre o "coping" religioso, mostram que há formas inadequadas de recorrer à oração em situações problemáticas (como seria o caso dos administradores da USP) ao lado de modos que auxiliam o pensar racional. Harold Koenig, psiquiatra e professor na Duke University, tem publicações que apontam para forte relação entre a oração e a saúde, tanto física quanto psíquica.

ZENON LOTUFO JR., doutor em ciências da religião pela PUC-SP (São Paulo, SP)

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