Gerson Ota contesta artigo do sr. Vladimir Safatle argumentando que a USP possui autonomia desde 1989 e, portanto, o governo do Estado estaria isento da crise. Mas há uma pseudo-autonomia. O reitor da USP é escolhido pelo governador, a partir de lista tríplice de questionável elaboração. A irresponsabilidade administrativa que o leitor aponta é daqueles gestores que o próprio governo do Estado nomeou, cabendo-lhe responsabilidade pela escolha.
ANDRÉS VERCIK (Pirassununga, SP)
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Dois artigos, um de Vladimir Safatle e outro de Jean Marie Gagnebin, desnudam a crise de duas das maiores universidades paulistas: a da USP, em greve e em crise financeira; e a da PUC-SP, que além de sua crônica crise financeira passou, também, a partir da perseguição autoritária a três professores de Filosofia, a negar o espírito de liberdade e tolerância que a caracterizou num passado próximo. O que explica isso? O que as duas universidades tiveram em comum? A resposta está no fato de que as duas sofreram intervenções razoavelmente recentes: a USP com a nomeação, pelo governador da época (José Serra), de um reitor não eleito, em primeiro lugar, pelos seus já restritos mecanismos de participação da comunidade universitária. A PUC, pela Fundação São Paulo, por uma junta governativa de bancos, semelhantes às missões do FMI, e, mais recentemente, também, pela nomeação como reitora (por dom Odílo Scherer, legítimo representante da extrema direita católica) da terceira colocada na consulta feita à comunidade universitária. Tais crises deveriam, ao menos, servir como objetos de preocupação e reflexão por parte daqueles que são contrários aos mecanismos democráticos na eleição dos dirigentes universitários.
JULIO CESAR ZORZENON COSTA (São Paulo, SP)
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