Por conta do artigo de Ruy Castro "Mais como nos filmes", lembrei-me do meu velho sonho: ser personagem de cinema.
Jamais sonhei ser artista. Pelas biografias, autorizadas ou não, sabemos que a vida deles não é o mar de rosas que poderíamos imaginar. Mas gostaria de ter a vida de personagens das telonas.
Chegar onde for e encontrar uma vaga para o meu carro, exatamente em frente onde devo ficar. E sem manobrista ou flanelinha.
Entrar em restaurantes e encontrar, sempre, uma mesa livre, e não uma enorme lista de espera e os olhares penetrantes dos que sempre supõem que todos os outros querem furar a fila.
Comer ali o que quiser, do bom e do melhor, e não ter que esperar garçons com maquininhas. Será só enfiar a mão no bolso da calça e tirar dali, em um só gesto, a quantia exata que paga a conta, não importando o quanto for.
E, depois, voltar ao carro, que estará me esperando intacto. Então, simplesmente abrir a sua porta, sem usar chaves ou alarmes, que às vezes se perdem, e me mandar pelo mundo da fantasia.
É, seria maravilhoso ter vida de personagem clichê de cinema.
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