Folha de S. Paulo


'Presidencialismo de coalizão sofrerá teste em 2014', diz leitor

O país enfrenta atualmente uma crise de representatividade em decorrência das manifestações e protestos nas ruas, a partir de junho de 2013, que se espalharam por todo o país. O distanciamento entre representantes e representados começou a afetar o presidencialismo de coalizão, pois há um deslocamento entre os desejos e aspirações de amplas camadas da sociedade e o exercício real do poder nas mãos dos políticos.

Não há ainda uma crise hegemônica que afete a legitimidade do sistema político, mas haverá necessidade de redefinição do polo hegemônico para as eleições presidenciais. A agenda política, para as eleições de 2014, deixa claro que há uma pressão social por demandas reprimidas nas áreas da saúde, da educação, do transporte, da segurança pública e da política, com mais transparência, melhor representação e menos corrupção.

Nas eleições de 1994 e 1998, o polo hegemônico vitorioso defendeu a estabilidade econômica e reformas estruturais na economia com as privatizações. Nas eleições de 2002 e 2006, o polo hegemônico vitorioso defendeu o avanço nos gastos sociais, a ampliação da base do consumo e conseguiu eleger sua sucessora em 2010.

A bipolarização eleitoral (PT x PSDB) nas cinco eleições não permitiu o surgimento de uma terceira força capaz de romper a lógica do sistema do presidencialismo de coalizão que se baseia na formação do polo hegemônico e do polo anti-hegemônico.

Ao se analisar o quadro eleitoral de 2014, há três cenários políticos que devem ser levados em consideração: a) a manutenção do polo hegemônico e reeleição da presidenta Dilma; b) a tentativa de manutenção da hegemonia, mas perda da reeleição por causa de uma conjuntura econômica e política desfavorável; c) o surgimento de uma terceira força que não negocie nem com o polo hegemônico nem com o polo anti-hegemônico.

O presidencialismo de coalizão sofrerá um interessante teste em 2014 diante da possibilidade do surgimento dessa terceira força. Para esta terceira via viabilizar-se eleitoralmente, ela deverá contar com o apoio de cerca de um terço dos 27 governadores eleitos, de tal forma a conseguir palanques eleitorais e, assim, romper a bipolaridade eleitoral para chegar ao segundo turno da eleição presidencial.

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