Folha de S. Paulo


Leitores criticam donos de restaurantes de São Paulo

Paola Carosella, proprietária de um restaurante em São Paulo, escreve na Folha ("Um ato de amor", "Opinião", 3/8) que as refeições nos restaurantes da cidade estão caras porque o proprietário paga matéria prima, reposição de louça, lavanderia, flores, manutenção predial, coleta de lixo, energia, água, gás, internet, telefone, contador, despesas bancárias, taxas de prefeitura. Acontece que quem senta à mesa de um restaurante para almoçar ou jantar também paga as mesmas contas todo mês. Na minha casa a louça também quebra, e eu pago a conta de luz, água, internet, telefone e tudo o mais.

LIA SARAIVA (Curitiba, PR)

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As afirmações do sr. Jun Sakamoto ("Um ateliê de detalhes", "Opinião", 3/8) indicam prepotência, arrogância e desprezo. Desprezo pelos clientes e pela população. Ao mesmo tempo que reclama de custos atacando impostos e segurança, cita educação, saúde e até Eike Batista para justificar "preços excessivos". O jeito que termina é sintomático para o momento brasileiro: "Se forem [preços excessivos], eles [clientes] não voltam. E eles voltam".

O Brasil está em fase de mudança. A população está acordando. É pelos R$ 0,20, pelos R$ 25,00 cobrados pelo flanelinha da rua e também pelos R$ 1.500,00 que "um casal gastava por jantar" no restaurante de Jun Sakamoto, como ele mesmo se gaba. Na América do Norte, assim como na Europa, é comum usar e praticar a palavra "boicote". Vejo que aqui estamos começando a entender a força desta palavra. Cuidado, sr. Jun. Não menospreze a população. O capitalismo é como um sushi: o conteúdo pode ser muito rico, com ovas, peixes raros e bons temperos. Mas é envolto por alga bem fininha, que se desmantela numa mordida.

URI BLANKFELD (São Paulo, SP)

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