Folha de S. Paulo


Ministério da Saúde comenta reportagem sobre programa Mais Médicos

Sobre a reportagem "Médicos alegam falta de direitos e desistem de programa de Dilma" ("Cotidiano", 18/7), o Ministério da Saúde aponta, no mínimo, inconsistências na entrevista do médico Cesar Camara. Causa estranheza que ele, aos 38 anos e já urologista, tenha manifestado interesse genuíno em programa que oferta especialização em atenção básica, naturalmente mais atrativo a médicos em início de carreira e sem residência.

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Em entrevistas anteriores, Camara revelou que cobrava, em julho de 2012, R$ 450 por atendimento em seu consultório. Assim, bastariam 23 consultas por mês para superar a bolsa federal de R$ 10 mil. Além disso, ele se apresenta, em uma rede social, como assistente do médico Miguel Srougi, que, em 16/7, se declarou frontalmente contrário ao programa, no artigo "Mais médicos ou menos indecências" (Tendências/Debates).

A pedido do Ministério da Saúde, a Polícia Federal investiga a ação de indivíduos que, a pretexto de tentar adiar a vinda de médicos estrangeiros ao Brasil, estariam dispostos a se inscrever no Mais Médicos, mesmo sem efetivo interesse em receber a bolsa federal para atender a população das regiões mais carentes.

LEÔNIDAS ALBUQUERQUE, chefe da Assessoria de Imprensa do Ministério da Saúde (Brasília, DF)

RESPOSTA DA JORNALISTA CLÁUDIA COLLUCCI - Em nenhum momento da entrevista, Cesar Camara se identificou como assistente do urologista Miguel Srougi no HC ou no Sírio-Libanês. Disse, sim, que era médico de uma clínica particular em Heliópolis.

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Gostaria de explicar que agi de boa-fé para tentar atuar como médico tutor no programa Mais Médicos. Atendo há dois anos pacientes da comunidade de Heliópolis, em São Paulo, e, independentemente de auxiliar Miguel Srougi em cirurgias, estaria disposto a auxiliar, com desprendimento, médicos jovens enviados à periferia de minha cidade.
Meu recuo (não confirmei a inscrição no programa) baseou-se apenas na falta de explicações sobre um programa de tutores e na questão da falta de garantias de estabilidade do programa, sem ônus para os interessados.

CESAR CAMARA, médico (São Paulo, SP)

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