Folha de S. Paulo


"Enfim, estamos assistindo ao despertar do gigante adormecido", diz leitora

Enfim, estamos assistindo ao despertar do gigante adormecido... Parabéns ao nosso povo valente e trabalhador! Pessoas de todas as classes sociais e idades juntas reivindicando condições de vida mais justas e que a política caminhe junto com a ética. Um grande país se constrói com governantes preocupados com o bem estar do povo.

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Enquete: O movimento Passe Livre vai conseguir reduzir o preço das tarifas?

Já não aguentamos mais esses políticos que governam em causa própria!

SONIA SZMID (São Paulo, SP)

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Não se trata de pessimismo, muito menos de torcer para que o Brasil mergulhe no poço. O fato é que o planeta vive uma crise profunda. Estados Unidos, Europa e Japão sofrem com desemprego e recessão. Ao acaso, o Brasil navega nas ondas dos bons ventos há mais de uma década. Neste período perdemos a oportunidade de investir em infraestrutura, educação e saúde. Optamos por injetar dinheiro em estádios superfaturados porém sem em tornos, ou seja, temos estádios de primeiro mundo mas não temos como chegar neles. Outro programa adotado pelo governo, o Minha Casa, Minha Vida, no qual o cidadão compra meio terreno, uma casa sem qualidade e paga pelo resto da vida cerca de R$ 160.000,00 (US$ 80.000,00), isto é o que se pode chamar de maior contrato de escravidão já assinado nessas terras. Financiamos carros populares para todos, com taxas abusivas, provocando congestionamentos, poluição e acidentes.

Esse dinheiro deveria ser aplicado em transporte público ao invés de dar ao cidadão a ilusão do carro próprio. Neste exato momento a população realiza atos de protestos em todo o país, e acreditem ou não, tudo começou por apenas R$ 0,20. Essa merreca poderá sair muito caro para um governo tão desatento.

ROBERTO TEIXEIRA (Londrina, PR)

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O povo resolveu sair às ruas e extravasar o seu descontentamento contra o pouco caso de nossos governantes. Aumento de R$ 0,20 nas tarifas de transportes públicos foi apenas o pretexto para a explosão social. O povo está cansado de pão, circo, corrupção, mentiras e sofrimento. Gastam mal o dinheiro público. Governo que prioriza o futebol em detrimento da saúde, educação, segurança e outros valores de melhoria da qualidade de vida dos cidadãos não merece respeito. As instituições estão falidas e corrompidas. A impunidade parece ser a bandeira de ordem do Poder Judiciário enquanto a corrupção e os desmandos administrativos imperam soltos nos demais poderes da República. Até quando vamos ter que aguentar?

JAYME DE ALMEIDA ROCHA NETTO (Campinas, SP)

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Se foi a gota d'água ou não o fato é que a população em geral e principalmente aqueles que estão desempregados esperando o crescimento real da uma economia que não passa nunca dos pífios 1% ao ano, e o povo que trabalha a metade do ano para pagar impostos; e um estado atacado por todos os lados por denúncias de corrupção.

Em fim, o fato é que a manifestação pela redução do preço do transporte acabou se tornando um movimento muito maior onde todos saem à rua para chamar a atenção daqueles que de alguma responsabilidade para as coisas terem chegado a aonde chegou, principalmente a situação dos hospitais, das escolas, nos transportes e na segurança pública.

Com toda a certeza o aumento do custo de vida, a inflação, também fortalece a adesão cada vez maior de todas as classes a um movimento que de início pretendia somente impedir o aumento da passagem de ônibus.

E sobre política, se antecipando aos casuísmos dos políticos que vem surgindo aos montes, um dos líderes da manifestação "Passe Livre", em entrevista, ontem no programa "Roda Viva" da TV Cultura, disse claramente: "Somos apartidários, não antipartidários", ou seja, o fato de todos estes protestos serem apartidários não significa que eles sejam antipolíticos, muito pelo contrário, o objetivo mesmo é atingir aqueles que estão no comando da política, sejam os governos municipais, estaduais e, principalmente, aqueles que estão na pirâmide do poder, o executivo e o legislativo do governo federal, ou seja, a Presidente Dilma Rousseff, seus 40 ministros e a todo o Congresso Nacional.

FÁBIO ANDRÉ BALTHAZAR (São Paulo, SP)


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