Folha de S. Paulo


"Os manifestantes estão focando a consequência, e não a causa", diz leitor

Leitores comentaram os protestos realizados em São Paulo e outras cidades do país nas últimas semanas.

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Os manifestantes estão focando a consequência, e não a causa. O alvo dos protestos deveria ser a relação entre o poder público, os sindicatos, os políticos e as empresas de ônibus com suas famosas planilhas, que se transformaram em caixas-pretas dentro de outras caixas-pretas. É imperativo decodificar o enigma, ou as caixas-pretas continuarão engolindo o dinheiro de todo aquele que passa pela catraca.

FÁBIO SIQUEIRA (Uberaba, MG)

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Apesar da barbárie e da violência, os protestos em São Paulo e em outras capitais brasileiras contra o aumento das passagens do transporte público têm fácil explicação: o povo não suporta mais pagar impostos altíssimos e andar pendurado e amassado nos trens e ônibus. E ainda temos de sustentar uma horda de políticos que pouco ou nada fazem.

RAFAEL OLIVEIRA (Porto Alegre, RS)

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O carimbo é muito fácil, de acadêmicos a jornalistas, de manifestantes a ativistas: a polícia de São Paulo é despreparada. Imagine-se o resto da polícia brasileira, em relação à polícia que promoveu a maior redução de homicídios do mundo.

Se a preparação em São Paulo é quatro vezes maior que a média nacional, imagine-se o resto. E fomos convidados para instruir as polícias locais nas Copas do Japão e da Alemanha. Alguém conhece algum problema nas 215 manifestações ocorridas entre janeiro e abril só nas ruas do centro de São Paulo, de passeata gay a marcha da maconha?

Do "Occupy Wall Street" à baderna ocorrida em Londres em agosto de 2011 --quando morreram cinco pessoas e 3.000 foram presas--, nunca há preparo policial suficiente. Multidões sempre são perigosas para todos e suas manifestações devem ser administradas por todos, inclusive pelos manifestantes.

JOSÉ VICENTE DA SILVA FILHO, coronel reformado da PM (São Paulo, SP)

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O movimento que começou com centenas de estudantes agora toma a consciência de todo o Brasil. Está na hora de mudar essa perversa forma de enriquecer de poucos empresários, donos do transporte de massa no Brasil. É o momento exato de ser aberta essa caixa-preta. Queremos ações concretas, dizem as ruas!

VIRGILIO TIEZZI JUNIOR (São Paulo, SP)

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A manifestação fecha a rua, mas abre a via.

MARCO AURÉLIO DOS SANTOS, professor de história (São Paulo, SP)

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Em relação aos manifestos em São Paulo, precisamos entender que o problema não é o do aumento da tarifa, e sim que o copo está cheio e gotas o fazem transbordar.

PAULO CESAR ZORZENON (Ipeúna, SP)

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Em relação a essas alarmantes notícias sobre os protestos e a repressão policial, evidenciam-se dois lados: de um, o do excesso da manifestação que chega às raias do vandalismo; de outro, a violenta repressão policial. É preciso apurar as responsabilidades.

SIMÃO KERIMIAN (São Paulo, SP)

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Depois de anos de discursos sobre a prioridade do transporte público sem resultados minimamente aceitáveis e depois de tratar proprietários de automóveis a pão de ló com as incensadas isenções de imposto, exatamente o que o governo esperava?

BEATRIZ COUTO, urbanista e professora da UFMG (Belo Horizonte, MG)

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