Folha de S. Paulo


PM é despreparada, afirma leitor

Leitores comentam os protestos em São Paulo e a atuação da Polícia Militar.

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O editorial da Folha "Agentes do caos" ("Opinião", ontem) vai direto ao ponto. A PM do maior e mais rico Estado brasileiro é despreparada para lidar com manifestações públicas.
Sabemos que nada justifica algumas cenas de vandalismo por parte dos manifestantes, que devem ser punidos, mas a reação da polícia foi a pior possível.
Como afirma o editorial, "De promotores da paz pública, policiais transformaram-se em agentes do caos e da truculência que lhes cabia reprimir, dentro da lei, da legitimidade e da razão".
Luiz Thadeu Nunes e Silva (São Luís, MA)

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Vivemos numa sociedade democrática e, por isso, a UGT (União Geral dos Trabalhadores) apoia todas as manifestações públicas que beneficiem a população. Temos uma democracia institucionalizada e um de seus pilares é o direito de se associar, de reivindicar e de protestar.
Por isso, repudiamos a repressão aos manifestantes, especialmente em São Paulo. Mas também repudiamos os excessos que acabaram em vandalismo. Os valores democráticos devem ser preservados sempre.
RICARDO PATAH, presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (São Paulo, SP)

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Os protestos deveriam focar em assuntos mais relevantes ao país como um todo. A passagem em São Paulo subiu abaixo da
inflação e o aumento é necessário para diminuir a injeção de dinheiro público.
Onde estavam os manifestantes quando, em 2010, os políticos aumentaram o próprio salário em 60% (três vezes a inflação do período) e provocaram efeito cascata em todos os níveis de governo, Estados e municípios?
Sérgio Aparecido Nardelli (São Paulo, SP)

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É tênue a linha que separa a legitimidade de um ato (manifestação/ação policial) do excesso na prática desse ato.
Respeitá-la trará o convívio entre o direito ao protesto, o direito/dever do Estado em proteger a ordem pública, o patrimônio e os cidadãos e o direito de ir e vir de quem não está interessado em protestar.
Maria Lydia Rangel Ranzani (São Paulo, SP)

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Por trás dos protestos para redução da tarifa de ônibus temos o descontentamento com a corrosão do dinheiro do cidadão devido à inflação.
É uma visão reducionista acreditar que foi a polícia que insuflou a violência dos protestos. O que é válido analisar é que o número de manifestantes tem sido considerável e há um descontentamento com uma situação que, no fundo, é econômica.
Leandro C. S. Gavinier (Tremembé, SP)

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Não é mais pela tarifa, não diz mais respeito só à militância paulista. É o ato do "basta", o "estamos cansados". Cansados de corrupção, de interesses políticos, de descaso, de polícia truculenta e de sermos tratados como idiotas. São Paulo acordou.
Daniela Marinelli* (São Paulo, SP)
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p(star).*

Esses protestos não são apenas por causa de 20 centavos, são um manifesto contra a miséria do Brasil e a corrupção desenfreada em clima de Copa do Mundo.
São muito bem organizados pelas redes sociais e estão repercutindo pelo mundo.
Enquanto o governo acredita na frase "País Rico É País Sem Pobreza", o país que pensa (São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro) vai protestando contra a falta de saúde pública, de educação, de segurança e acordando o resto do Brasil.
Waldomiro T. P. de Oliveira (Curitiba, PR)

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