Folha de S. Paulo


Folha faz parte da imprensa 'soft', afirma leitor

O "soft power" é, sem dúvida, a ideia política mais genial do século 20. Seu alcance não se restringe só à estratégia das relações internacionais, podendo incluir a vida social, científica, artística e cultural em geral. Todos os ri- tuais implantados pelo processo civilizatório são desdobramentos da política "soft power" no trato entre as pessoas.

Curta o Painel do Leitor no Facebook
Siga o Painel do Leitor no Twitter

A cordialidade ou urbanidade, as boas maneiras, as liturgias sociais que visam a domesticar e a pacificar as relações humanas são modos do "soft power". Na ciência, podemos contar a homeopatia como modalidade do "soft" em contraste com o "hard" da alopatia. No direito, a flexibilização da lei no sentido de atingir a justiça no caso concreto é inspiração "soft". Nas artes, nem se fala. O tango é "hard", o samba é "soft" e a bossa nova é mais "soft" ainda.

A vantagem do "soft" é que ele não aceita antinomias irredutíveis. É essencialmente antimaniqueísta, nega a luta entre o bem e o mal. Isso não somente no campo das relações internacionais, como no âmbito das relações humanas em geral. Por exemplo, existe a imprensa "hard" e a imprensa "soft".

Creio que a Folha faz parte da imprensa "soft", o que não se pode dizer de outros órgãos da grande imprensa. Tudo isso para reconhecer no editorial "Prefeitura 'soft'" um passo à frente no provinciano jornalismo que pesa como uma capa de chumbo sobre nós e o mundo.

*

PARTICIPAÇÃO

Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor.online@grupofolha.com.br


Endereço da página:

Links no texto: