Folha de S. Paulo


Sérgio Avelleda

O desafio de mover São Paulo

Iniciamos esta gestão com o desafio de desenvolver a mobilidade na cidade de São Paulo com estratégia, planejamento, dedicação, diálogo e muito trabalho.

No primeiro dia, anunciamos a manutenção da tarifa básica em R$ 3,80, promessa do prefeito João Doria (PSDB) para não penalizar o usuário do transporte público diante de um cenário de desemprego fruto da grave crise econômica brasileira.

Estamos revisando e aperfeiçoando o edital de licitação do sistema municipal de transporte. Já fizemos 33 audiências públicas. Com frota de 14.511 ônibus e média diária de 9,6 milhões de passageiros transportados, a capital tem o maior sistema de ônibus do mundo.

É um momento único de modernizar e renovar o transporte municipal. Vamos trazer segurança, conforto e modernidade ao sistema. Garantir acessibilidade e exigir veículos com espaço adequado para cadeiras de rodas e, nos maiores, para bicicletas. E ainda haverá metas para progressiva redução de emissão de gases que poluem o ar.

Estamos focados em ações e medidas voltadas à redução de acidentes. O Maio Amarelo nos deu a oportunidade de conscientizar a todos sobre a importância de ações e mudanças de comportamento para um trânsito com menos violência. Foi um mês de ações efetivas, como os programas Pedestre Seguro e 100% Pedestre, que irão oferecer mais proteção a quem anda a pé na cidade.

O programa Marginal Segura readequou as velocidades e apresentou medidas para reforçar a segurança nas marginais Pinheiros e Tietê. Com o aumento do número de agentes, novos veículos e melhora das câmeras, reduzimos o tempo de resposta para atendimento.

Isso fez com que o número de acidentes nas marginais caísse no 1º quadrimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2016.

De acordo com os dados consolidados da CET -o mesmo método utilizado desde 1979 para comparar os dados de acidentes de trânsito na capital-, a marginal Tietê registrou queda de 6,3% no número de acidentes com vítimas e redução de 16,7% no total de mortes.

Já a marginal Pinheiros teve queda de 39,6% de acidentes com vítimas; e a quantidade de mortos em acidentes se manteve estável.

Nestes seis meses de gestão, adotamos medidas para beneficiar os motoristas do táxi preto, categoria que, em decorrência da crise econômica, não conseguia arcar com suas obrigações.

Corrigimos distorções da regulamentação anterior. Entre as medidas estão a redução em 66% do valor cobrado na transferência de titularidade dos alvarás e o aumento para 15 anos do limite de parcelas para o pagamento da outorga.

Para empresas do setor de transporte de passageiros por aplicativo, passamos a praticar a cobrança progressiva por quilômetro rodado do serviço, que tornou mais justa a utilização pública do sistema viário e gerou recursos para a mobilidade.

Iniciamos um projeto de ampliação e revitalização das ciclovias para oferecer mais segurança, aumentar a qualidade das vias e garantir a conectividade entre as rotas de bicicletas e os meios de transporte coletivo. Estamos promovendo amplo debate com a comunidade, ciclistas e as prefeituras regionais para definir o projeto que dê a melhor utilidade à rede existente.

Por anos, a quantidade de multas aplicadas na cidade foi alvo de críticas. Esta gestão faz um trabalho permanente de reforçar a sinalização para melhor orientar o motorista sobre as regras de trânsito, reduzindo o número de infrações, sem deixar de fiscalizar. Melhoramos a sinalização nos 11 equipamentos que mais multaram em 2016 e, com isso, as infrações têm caído.

A população exige de seus gestores dedicação à causa pública. A nós cabe oferecer serviços de qualidade, que descompliquem a vida dos que trabalham pelo desenvolvimento de São Paulo.

SÉRGIO AVELLEDA é secretário de Mobilidade e Transportes da Prefeitura de São Paulo. Foi presidente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e do Metrô

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