Folha de S. Paulo


Rodrigo Maia

Harmonia, sempre

Harmonia é a palavra-chave que sintetiza um dos pilares da democracia brasileira, que baliza o relacionamento entre os três Poderes da República -Legislativo, Executivo e Judiciário-, mesmo em momentos de conflitos aparentemente insanáveis.

Na presidência da Câmara dos Deputados continuarei exercendo plenamente o conceito desse substantivo feminino, recorrendo a ele tanto no front interno dos acalorados e indispensáveis debates na Casa quanto nas relações com os demais Poderes.

Afinal, a Câmara dos Deputados é a Casa do Povo, de seus legítimos representantes que travam cotidianamente uma espécie de batalha em defesa de suas ideias, de seus pontos de vista, do sonho de construir, à luz de seus princípios e suas convicções, a nação que todos nós merecemos.

Garantir a harmonia no Parlamento exige serenidade, compromisso e o respeito pela minoria. Serenidade para entender que a sociedade pensa de maneira diferente, que os parlamentares representam correntes de opinião pública distintas e, algumas vezes, antagônicas.

Daí a necessidade da harmonia. Não podemos agir no sentido de acirrar conflitos ou de estimular discórdias. A verdadeira democracia só sobrevive se houver compromisso nos acordos firmados para aprovar essa ou aquela legislação. Acordo fechado é acordo cumprido. Palavra empenhada é palavra cumprida. Essa é a verdadeira essência do Parlamento.

Nesse sentido, o respeito às minorias é permanente. A tolerância é regra. O debate fundamental, em sua expressão maior, é saber ouvir e ser ouvido, escutar críticas e atendê-las, quando se mostrarem procedentes e pertinentes.

Aliás, a Câmara dos Deputados é a Casa que melhor ouve críticas. Nossas portas e gabinetes estão abertos para ouvirmos as reclamações, refletir e avançar na busca do consenso possível. Buscamos sempre a harmonia, a tranquilidade que em tempos pretéritos não se alcançava em função de projetos político-partidários ou mesmo pessoais.

Essa postura se reflete no relacionamento com os demais Poderes da República. O ano passado foi pródigo para o exercício da harmonia em algumas situações críticas, porém resolvidas sempre no âmbito da Constituição.

Com independência, altivez e autonomia, respeitamos as decisões de todos os Poderes. Respeitamos as decisões do Executivo, votamos muitas de suas propostas, mas rejeitamos aqueles pontos que consideramos inadequados, além de aprimorarmos a legislação emanada dele.

Pautarei democraticamente as reformas previdenciária, trabalhista e outras que forem encaminhadas e necessárias para a retomada do crescimento econômico do país e a redução do enorme contingente de brasileiros desempregados.

O Brasil de 2017 não nos permite agir de outra forma. Nenhuma decisão pode ser tomada sem debate e sem a responsabilidade constitucional de cada um dos Três Poderes. Essa é a garantia de nossa democracia, esse é o meu compromisso na nova gestão, esse é o caminho para o Parlamento na construção de um Brasil mais justo.

RODRIGO MAIA, deputado federal (DEM) pelo Rio de Janeiro, foi reeleito nesta quinta (2/2) para a presidência da Câmara

PARTICIPAÇÃO

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