Devido à sua suposta insegurança e por ser considerado "intelectual demais" para o show business, o agora cineasta Woody Allen começou sua carreira nos bastidores do stand-up comedy, aos 17 anos, escrevendo piadas para outros artistas apresentarem.
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Foi esse gênero de humor que levou Woody Allen ao cinema. Depois de ganhar algum dinheiro vendendo esquetes e de perceber que eles eram mesmo engraçados, e mal executados por seus compradores, Allen passou a performar os próprios textos.
O comércio de piadas está documentado no clássico "Annie Hall", filme de 1977 que lhe rendeu o Oscar de melhor diretor e roteirista, traduzido no Brasil com o nome de "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa".
Seu estilo explorava as próprias fraquezas: a vergonha, a indecisão, e uma fala perturbada que intercala referências filosóficas a uma mania de perseguição. Essa história pode ser lida com mais detalhes no prefácio que o escritor e colunista da Folha Ruy Castro fez para "Cuca Fundida", um dos livros de contos de Woody Allen.
Os monólogos do livro lembram os esquetes que Woody Allen contava nos palcos, ao menos nas ocasiões em que o embaraço não o fazia esquecer o texto:
"Gosto muito dessa profissão de detetive particular, embora ela me obrigue de vez em quando a ter as gengivas massageadas com um macaco de automóvel (...)".
"Antes da invenção do grifo, as marcações do diretor costumavam ser confundidas com diálogos, sendo comum ouvir grandes atores dizendo em pleno palco: 'Jonh se levanta e atravessa a cena'."