Folha de S. Paulo


"Imprecisão e parcialidade irritam leitores", diz ex-ombudsman do NYT

Margaret Sullivan foi a representante dos leitores ("public editor", em inglês) do "New York Times" por quase quatro anos. Em maio, ela assume coluna de crítica de mídia no "Washington Post".

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Quais os pecados dos jornais?

O que mais importa para os leitores é a precisão e a imparcialidade. O "New York Times", como outros jornais, às vezes fica aquém nos dois quesitos. Quando isso acontece, os leitores tornam-se compreensivelmente irritados. Eles também não gostam do uso de fontes anônimas. O "Times" reforçou as orientações sobre isso recentemente, e acredito que vai ajudar no ganho de confiança e de credibilidade.

Ainda é importante ler jornais?

Jornais continuam a ser a melhor maneira de obter informações ao mesmo tempo amplas e profundas. Não importa se nós as lemos no formato impresso ou digital. Seu conteúdo é extremamente importante para fiscalizar os poderes governamentais e empresariais. Muito poucas outras organizações de mídia são capazes de fazer isso tão bem quanto os jornais, mesmo hoje em dia.

A radicalização política inibe o jornalismo de qualidade?

É lamentável que as pessoas pareçam querer ler e ouvir aquilo que elas já acreditam. Quanto mais se movem em direção aos extremos, mais isso acontece. Por esta razão, o desejo de uma cobertura justa e neutra é menor, e isso prejudica o jornalismo.


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