Folha de S. Paulo


Presença de ombudsmans na mídia fortalece a democracia, diz ONO

Ombudsman da Empresa de Radiodifusão Pública da Estônia e presidente da Organização de Ombudsmans de Notícias (ONO), Tarmu Tammerk destaca como a Folha "começou a instituição tão cedo após a restauração da democracia". Em seu país, foram necessários 15 anos. "Ter ombudsman ajuda a erguer uma democracia mais forte, porque fortalece a imprensa como fiscal do poder", diz.

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Folha - Qual é o efeito desta longevidade da prática do ombudsman, para a Folha e a imprensa brasileira?

Tarmu Tammerk - É muito saudável para o jornal e a imprensa em geral. Significa que há uma tradição. Os leitores podem se sentir seguros. Ter ombudsman por bastante tempo é marca de qualidade.

É uma instituição estabelecida ou segue ameaçada pelas dificuldades da imprensa?

Os problemas financeiros, é claro, causam problemas para a instituição do ombudsman. Em alguns lugares, postos foram suprimidos, mas em outros novos ombudsmans foram nomeados. Alguns novos surgiram, por exemplo, na Alemanha. Em Mianmar, depois de restaurada a democracia, o primeiro ombudsman foi nomeado.

Qual é o maior desafio do ombudsman na era digital?

A velocidade se tornou mais importante. Leitores que usam mídia social esperam que você reaja imediatamente, à noite, nos fins de semana. Mas o ombudsman deve manter o foco nas prioridades. Se há um grande erro, deve intervir para que não se multiplique. Outras coisas podem esperar. E as pessoas criticam o jornal mais facilmente, em mídia social, mas essa crítica é fragmentada. Você precisa do ombudsman para mostrar sistematicamente os valores do jornal, como a mídia funciona.


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