Folha de S. Paulo


Às vésperas de conversas sobre coalizão, apoio a Merkel diminui

John MacDougall - 19.dez.2017/AFP
German Chancellor Angela Merkel holds a candle as she attends the inauguration of the memorial for the victims of the 2016 deadly truck attack at the Christmas market in front of the Kaiser-Wilhelm-Gedaechtniskirche (Kaiser Wilhelm Memorial Church) at Breitscheidplatz in Berlin, on December 19, 2017. Germany commemorates the victims of the devastating Christmas market attack from December 19, 2016 that claimed 12 lives and wounded 70, with a memorial bearing a 14-metre-long (46-foot) golden crack in the grounds engraved with the victims' names. / AFP PHOTO / John MACDOUGALL
A chanceler alemã Angela Merkel durante cerimônia em Berlim

Se Angela Merkel voltar a ser chanceler da Alemanha, quase metade dos eleitores gostaria que ela renunciasse logo. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo instituto de opinião YouGov, encomendada pela agência alemã DPA e publicada na edição desta quarta-feira (27) do jornal "Die Welt".

Os conservadores de Merkel venceram a eleição nacional em setembro, abrindo caminho para seu quarto mandato consecutivo, mas perderam apoio para a direita nacionalista, e as conversas com os Verdes e com os liberais FDP para a formação de uma coalizão fracassaram em novembro.

Agora Merkel está depositando suas esperanças em um acordo com o Partido Social Democrata (SPD) de centro-esquerda, que ficou em segundo na eleição, mas até agora não expressou entusiasmo com a ideia de renovar a "grande coalizão" que governou o país entre 2013 e 2017.

A pesquisa indicou um sinal raro de que o apoio interno à líder mais influente da Europa pode estar minguando. O resultado mostrou que 47% dos entrevistados querem que Merkel se retire antes de 2021, quando seu quarto mandato terminaria -mais do que os 36% de uma sondagem realizada no início de outubro.

Em contraste, 36% preferem que ela cumpra os quatro anos -eram 44% três meses atrás.

ESTADOS UNIDOS DA EUROPA

O SPD, que perdeu terreno entre os eleitores depois de formar a coalizão com Merkel, vem relutando em se comprometer com uma reedição da aliança, já que sua base partidária deve continuar cética.

Sigmar Gabriel, ministro das Relações Exteriores alemão e ex-líder do SPD, adotou uma postura rígida nesta quarta-feira no diário "Bild".

"Se a chancelaria continuar a rejeitar todas as propostas de reforma da União Europeia, não haverá coalizão com o SPD."

O atual líder dos SPD, Martin Schulz, defende uma reforma da zona do euro e pediu a criação dos Estados Unidos da Europa até 2025.

Gabriel também disse que os conservadores precisam reformar o sistema de saúde para diminuir a diferença entre a saúde particular e a pública.

Uma pesquisa da empresa INSA publicada no "Bild" mostra um crescimento de dois pontos para os conservadores de Merkel, que chegaram a 33% das preferências, e o SPD recuando meio ponto e ficando com 20,5%.

O partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que capitalizou os temores do eleitorado a respeito da desigualdade crescente e o impacto da crise imigratória europeia na Alemanha e estreou no Parlamento em setembro, perdeu um ponto e apareceu com 13%.


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