Folha de S. Paulo


ONU atrapalha paz entre israelenses e palestinos, diz embaixadora dos EUA

A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, acusou nesta sexta (8) a organização de "mais atrapalhar que ajudar na paz no Oriente Médio" ao responder às críticas internacionais sobre a decisão do presidente Donald Trump sobre Jerusalém.

Haley se pronunciou antes que a declaração dos EUA de que a cidade é capital de Israel fosse repudiada por aliados como Reino Unido, França, Suécia, Itália e Japão na reunião de emergência do Conselho de Segurança.

Brendan McDermid/Reuters
A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, discursa no Conselho de Segurança sobre Jerusalém
A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, discursa no Conselho de Segurança sobre Jerusalém

Ela acusou as Nações Unidas de "atacarem injustamente Israel" e disse que o governo Trump "não vai ser pautado por um grupo de países que não têm nenhuma credibilidade quando se trata de lidar com israelenses e palestinos de forma justa".

"Os EUA têm credibilidade com os dois lados. Israel não deve, nem deveria nunca, ser intimidado a fechar acordos pela ONU ou por quaisquer países que já provaram sua desconsideração com a segurança de Israel."

A embaixadora afirma que, com a decisão de Trump, os americanos estão "mais comprometidos que nunca com a paz" e que o país "pode estar mais perto do que nunca" de um acordo.

Por fim, pediu que a comunidade internacional baixe o tom das críticas ao republicano, dizendo que quem usa a declaração americana como pretexto para a violência "mostra que não cabe como parceiro para a paz".

Na sequência, representantes de países aliados voltaram a defender as negociações entre israelenses e palestinos, congeladas desde 2014, como única forma de resolver o status de Israel.

Referindo-se às declarações de Haley, o embaixador palestino, Riyad Mansour, defendeu o fim do que chamou de monopólio das negociações de paz, "especialmente um que tem viés a favor da ocupação [Israel]".

Já o representante israelense, Danny Danton, disse que o reconhecimento de Jerusalém como capital é primordial. "Os EUA tiveram a coragem e o forte senso moral para corrigir esse erro."


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