Folha de S. Paulo


E-mail ofereceu a Trump ajuda para decodificar WikiLeaks sobre Hillary

Eduardo Muñoz Álvarez - 17.nov.2016/AFP
Donald Trump Jr., em novembro de 2016; filho do presidente fez contato com WikiLeaks na campanha
Donald Trump Jr., em novembro de 2016; filho do presidente fez contato com WikiLeaks na campanha

Ainda candidato à Presidência dos EUA, Donald Trump, seu filho mais velho e outros nas Organizações Trump receberam, em setembro de 2016, durante a eleição americana, um e-mail oferecendo uma chave para decodificar documentos vazados pelo WikiLeaks sobre a candidata Hillary Clinton. Os documentos, porém, já haviam sido tornados públicos no dia anterior.

A informação, revelada pela rede CNN na sexta-feira (8), foi depois corrigida pela rede americana, que originalmente não havia tido acesso ao e-mail, e sim ao conteúdo dele, descrito por duas fontes.

O e-mail foi enviado no dia 14 de setembro, e não no dia 4, um dia depois de o WikiLeaks já ter tornado públicos os documentos em questão.

A mensagem foi entregue ao Congresso em meio a documentos fornecidos pelas Organizações Trump na investigação sobre a interferência russa na eleição americana de 2016 e sua suposta ligação com membros da campanha de Trump.

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Ao ser questionado sobre o e-mail na quarta-feira (6) em uma sessão a portas fechadas da Comissão de Inteligência da Câmara, Trump Jr. afirmou não ter lembrança da mensagem. Procurados pela CNN, a Casa Branca e o WikiLeaks não se manifestaram.

A mensagem apócrifa para Trump foi enviada dois meses após e-mails vazados do Comitê Nacional Democrata serem divulgados e um mês antes do WikiLeaks começar a vazar e-mails do chefe de campanha de Hillary, John Podesta.

O e-mail chegou menos de três semanas antes de Trump Jr. e administradores do WikiLeaks começarem a trocar mensagens diretas no Twitter, episódio revelado em novembro pela revista "The Atlantic". Não está claro se esse e-mail apócrifo tem ligação com as mensagens trocadas no Twitter.

Logo após a revista revelar as mensagens, Trump Jr. divulgou o conteúdo delas, incluindo suas respostas. Ao publicar as mensagens, Donald Jr. minimizou-as. "Aqui está a série de mensagens com o WikiLeaks (com minhas palpitantes três respostas) que alguém das comissões do Congresso escolheram para vazar. Nossa, que irônico."


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