Os membros do governo venezuelano e da coalizão de oposição fracassaram em chegar a um acordo em uma nova rodada de negociações na República Dominicana, neste sábado (2). O encontro faz parte de uma tentativa de resolver a crise política no país. Há planos de uma nova reunião em duas semanas.
Vários esforços de mediação fracassaram nos últimos anos. Adversários acusam o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de explorar o diálogo para ganhar tempo. Já ele afirma que a oposição prefere a violência.
Poucos venezuelanos esperam que mais negociações possam quebrar o impasse, com os adversários de Maduro desmoralizados ao vê-lo consolidar o poder antes de uma provável campanha de reeleição em 2018.
A coalizão Unidade Democrática, que fracassou em tirar Maduro do poder em meses de protestos nas ruas no início deste ano, pressiona, em primeiro lugar, por garantias de uma eleição livre e justa no ano que vem.
O grupo também quer um corredor de ajuda humanitária para aliviar uma das maiores crises econômicas na história moderna, assim como a libertação de centenas de ativistas presos e o respeito ao Congresso liderada pela oposição.
"Esse processo é difícil, pesado, duro e cheio de debate e confrontação", disse Julio Borges, presidente do Congresso, acrescentando esperar que os dois lados se aproximem no encontro de 15 de dezembro.
Na última semana, a ONG Human Rights Watch publicou um relatório documentando 88 casos de violações de direitos humanos. Os abusos teriam sido cometidas pelo governo da Venezuela contra manifestantes e opositores políticos e se referem ao período entre abril e setembro de 2017.
Há relatos de espancamentos, tortura com choques elétricos, asfixia e agressão sexual, além de prisões arbitrárias.
Em agosto, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) afirmou que as forças de segurança venezuelanas eram responsáveis pela morte de pelo menos 46 manifestantes.