Folha de S. Paulo


Maduro nomeia primo de Chávez para chefiar subsidiária da PDVSA nos EUA

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, indicou nesta quarta-feira (22) o ex-ministro do Petróleo Asdrúbal Chávez, primo do ex-presidente Hugo Chávez (1954-2013), para presidir a Citgo, subsidiária americana da petroleira PDVSA.

A mudança na diretoria acontece depois da prisão do chefe da empresa, José Ángel Pereira, e de cinco diretores sob a acusação de refinanciarem uma dívida de US$ 4 bilhões da Citgo causando prejuízo ao regime chavista.

Carlos Garcia Rawlins - 9.mar.2015/Reuters
Asdrúbal Chávez, em 2015; primo de Hugo Chávez é novo presidente da Citgo, subsidiária da PDVSA
Asdrúbal Chávez, em 2015; primo de Hugo Chávez é novo presidente da Citgo, subsidiária da PDVSA

Em cadeia nacional de rádio e TV, Maduro disse que Asdrúbal "reconstruirá a Citgo". O primo de Chávez foi ministro do Petróleo entre 2014 e 2015, vice-presidente da PDVSA e tem uma carreira de mais de 30 anos no setor petrolífero.

Segundo Tarek William Saab, procurador-geral designado pela Assembleia Constituinte chavista, os dirigentes presos ofereceram como garantia a própria Citgo, que tem três refinarias e uma rede de postos de gasolina nos EUA.

"Eles apareciam como facilitadores da estratégia de pressão internacional, talvez a serviço de uma potência estrangeira contra o país", disse Saab —a renegociação aconteceu em julho, auge dos protestos da oposição ao chavismo.

Pereira e os diretores da Citgo Tomeu Vadell, Alirio Zambrano, Jorge Toledo, Gustavo Cárdenas e José Luis Zambrano foram acusados formalmente de peculato, tráfico de influências, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Os diretores, porém, têm cidadania americana, o que deve elevar a tensão entre Maduro e Donald Trump. Em nota, o Departamento de Estado disse que a cidadania "garante-lhes [aos presos] direitos perante a lei internacional".

A Chancelaria americana solicitou à Venezuela informações sobre o processo e visita de diplomatas do país aos presos. Maduro disse que eles serão julgados no país caribenho, mesmo se for pressionado pela Casa Branca.

"Estas pessoas nasceram na Venezuela e serão julgados como ladrões, corruptos e traidores da pátria. Estão presos e bem presos", disse o dirigente, que os acusou de colaborar com a CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA).

Após a posse de Saab, um aliado do regime, mais de 60 executivos da PDVSA e de suas subsidiárias foram detidos. Na semana passada, a petroleira estatal entrou em calote parcial após não pagar os juros de seus títulos da dívida.


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