Folha de S. Paulo


EUA anunciam novas sanções a empresas ligadas à Coreia do Norte

Britta Pedersen-13.set.2017/AFP
Ativistas da Campanha Internacional pela Abolição das Armas Nucleares usam máscaras com os rostos de Kim Jong-un e Donald Trump em protesto em frente à Embaixada dos EUA em Berlim

Os Estados Unidos anunciaram, nesta terça-feira (21), novas sanções contra companhias que mantêm relacionamentos comerciais com a Coreia do Norte, em mais um capítulo do endurecimento das relações entre os dois países.

No total, 13 companhias norte-coreanas e chinesas, além de 20 embarcações e um empresário, foram incluídos na lista de punidos, sob a acusação de manter "duradouros laços comerciais" com o regime do ditador Kim Jong-un.

As empresas sancionadas são apontadas como responsáveis pela importação e exportação de milhões de dólares em mercadorias para a Coreia do Norte, como computadores, aço, minério de prata, zinco, chumbo, alumínio, maquinário eletrônico e até "itens associados a reatores nucleares", segundo o Departamento do Tesouro.

É mais uma represália ao programa nuclear e balístico da Coreia do Norte -dois mísseis disparados pelo país sobrevoaram o Japão recentemente.

Na segunda (20), o presidente Donald Trump, que vem trocando farpas e ameaças com Kim, havia incluído a Coreia do Norte na lista de Estados patrocinadores do terrorismo, o que, apesar de questionado por alguns especialistas, abriu caminho para novas sanções.

"Enquanto a Coreia do Norte continua a ameaçar a paz e a segurança internacionais, estaremos firmes em nosso propósito de maximizar a pressão econômica para isolá-la de fontes externas de comércio e receitas", disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

A partir de agora, qualquer bem que essas empresas tenham em território americano será imediatamente bloqueado, assim como eventuais transações financeiras.

Três companhias chinesas incluídas nas sanções —Dandong Kehua Economy & Trade, Dandong Xianghe Trading e Dandong Hongda Trade— exportaram, sozinhas, US$ 650 milhões em produtos à Coreia do Norte nos últimos quatro anos e importaram outros US$ 100 milhões daquele país, segundo o Departamento do Tesouro. Uma quarta empresa, de propriedade do chinês Sun Sidong, teria exportado US$ 28 milhões, o que incluiria itens relacionados a reatores nucleares.

O Departamento do Tesouro ainda afirmou ter identificado transações ilegais feitas entre navios norte-coreanos, como forma de burlar as sanções impostas ao país. São carregamentos feitos "de navio para navio", uma prática proibida pelo Conselho de Segurança da ONU.


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