Folha de S. Paulo


Trump inclui Coreia do Norte em lista de patrocinadores do terrorismo

Ed Jones-5.nov.2017/AFP
Manifestantes com máscaras de Donald Trump e Kim Jong-un participam de marcha em Seul, dias antes da passagem do americano pela cidade

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na segunda-feira (20) a inclusão da Coreia do Norte na lista de Estados patrocinadores do terrorismo, decisão que abre caminho para sanções adicionais a Pyongyang.

O republicano, que há meses troca alfinetadas, provocações e ameaças com o ditador Kim Jong-un, disse que o Departamento do Tesouro divulgará na terça (21) novas punições ao regime coreano.

"Isso [a designação da Coreia como financiadora de atividades terroristas] deveria ter acontecido anos atrás", afirmou Trump.

Segundo o secretário de Estado, Rex Tillerson, um dos objetivos da classificação é afastar outros países do regime norte-coreano.

"O efeito prático é que isso pode dissuadir outros países de manter determinadas atividades com a Coreia do Norte, já que [a designação] impõe uma série de proibições a atividades que podem não estar cobertas pelas sanções já vigentes", disse ele em entrevista coletiva.

A decisão veio uma semana depois de Trump concluir uma longa viagem pela Ásia em que o endurecimento das relações com Pyongyang esteve no centro da pauta de encontros bilaterais com líderes de China, Japão e Coreia do Sul, entre outros. Em Seul, o mandatário americano chegou a chamar a Coreia do Norte de "inferno que ninguém merece".

O país já figurou na relação dos ligados ao terrorismo (entre 1998 e 2008). Foi sacado de lá no fim do governo de George Bush por permitir visitas periódicas a suas instalações energéticas.

Estão atualmente na lista nações como Irã, Sudão e Síria, todas sujeitas a vários tipos de sanções financeiras e de comércio exterior.

A ditadura norte-coreana desafia determinações do Conselho de Segurança ao levar adiante seu programa de armas nucleares e mísseis. Bravata ou não, o objetivo alardeado por Kim é o de desenvolver um artefato capaz de atingir o território americano. Recentemente, dois mísseis sobrevoaram o Japão.

Na segunda, a agência de espionagem da Coreia do Sul informou que o vizinho do norte deve realizar novos testes de mísseis ainda neste ano, a fim de aperfeiçoar sua tecnologia de projéteis de longo alcance e de mandar novos sinais de força aos Estados Unidos.

Especialistas e algumas autoridades americanas questionam a inclusão de Pyongyan na relação de países patrocinadores do terrorismo. Segundo eles, não há prova de um apoio reiterado daquele regime a atividades criminosas.


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