Folha de S. Paulo


Diplomata norte-coreano falou com suspeito da morte de irmão de ditador

Um funcionário da embaixada da Coreia do Norte na Malásia e um funcionário da estatal aérea do país se encontraram com suspeitos pela morte de Kim Jong-nam, meio-irmão do ditador Kim Jong-un, uma hora antes do assassinato dele em fevereiro.

A informação foi confirmada em um vídeo exibindo nesta segunda-feira (6) durante o julgamento de duas das suspeitas, que já dura um mês.

Siti Aisyah, da Indonésia, e a vietnamita Doan Thi Huong são acusadas de terem usado um veneno para matar Jong-nam em um aeroporto de Kuala Lumpur, capital da Malásia, no dia 13 de fevereiro deste ano.

Jung Yeon-Je - 14.fev.2017/AFP
People watch a television showing news reports of Kim Jong-Nam, the half-brother of North Korean leader Kim Jong-Un, at a railway station in Seoul on February 14, 2017. Kim Jong-Nam, the half-brother of North Korean leader Kim Jong-Un has been assassinated in Malaysia, South Korean media reported on February 14. / AFP PHOTO / JUNG Yeon-Je
Sul-coreanos assistem em Seul à notícia sobre morte de Kim Jong-nam, em fevereiro

Os advogados de defesa afirmam que as duas foram enganadas e achavam estar participando de uma pegadinha para um programa de TV.

Além delas, outras quatro pessoas também são suspeitas de terem participado do crime.

No vídeo exibido no tribunal, os quatro conversam com as duas mulheres no aeroporto antes delas se encontrarem com o irmão do ditador. O chefe da investigação sobre o caso, o malaio Wan Azirul Nizam Che Wan Aziz, identificou os quatro como os norte-coreanos Hong Song Hac, Ri Ji Hyon, Ri Jae Nam e Jong Gil.

É a primeira vez que uma autoridade policial diz oficialmente que eles são norte-coreanos.

Em outro vídeo, gravado cerca de uma hora antes do ataque, três dos homens são vistos conversando com um diplomata da Coreia do Norte e um funcionário da Air Koryo, a companhia aérea estatal do país, no salão do aeroporto. A identidade dos dois não foi divulgada.

A gravação, segundo o investigador Wan Aziz, mostra ainda que o funcionário da Air koryo ajudou os os três homens a passarem pelo balcão de check-in do aeroporto. Depois, ele teria sifo filmado dando uma passagem para o quarto homem.

Pyongyang disse que é função da Air Koryo auxilixar todos os norte-coreanos que estejam no aeroporto a embarcar. O governo nega envolvimento na morte de Jong-nam.

O irmão do ditador vivia no exílio em Macau e era crítico da ditadura imposta por sua família na Coreia do Norte. Segundo político sul-coreanos, Kim Jong-un ordenou a morte do irmão.


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