Folha de S. Paulo


Conteúdo russo para eleição dos EUA foi visto por 126 milhões, diz Facebook

Cerca de 126 milhões de usuários do Facebook podem ter tido acesso ao conteúdo produzido e postado por operadores russos durante e após as eleições presidenciais americanas de 2016, segundo um levantamento que a empresa deve mostrar nesta terça-feira (31) a membros da Comissão de Justiça do Senado.

O executivo Colin Stretch, responsável pela área legal do Facebook, se sentará ao lado de Sean Edgett, principal advogado do Twitter, e do diretor de Segurança da Informação e Aplicação da Lei do Google, Richard Salgado.

Os três deverão responder à comissão sobre "formas de combater e reduzir a quantidade de propaganda e conteúdo extremista russos on-line". Na quarta (1º), eles falarão às comissões de Inteligência da Câmara e do Senado.

Essa será a primeira vez que altos representantes das três empresas respondem às perguntas de deputados e senadores em sabatinas abertas nas comissões que investigam a interferência russa nas eleições do ano passado.

O número de 126 milhões a ser divulgado pelo Facebook —que foi vazado antes à imprensa— é equivalente a 92% do universo estimado de 137 milhões de eleitores que votaram em 2016.

Segundo o levantamento, 120 páginas ligadas à "fazenda de trolls" russa Internet Research Agency (IRA) postaram o material entre janeiro de 2015 e agosto de 2017, e cerca de 29 milhões de pessoas receberam os posts diretamente em seus "feeds".

Esse tipo de postagem "orgânica" é diferente dos 3.000 anúncios que, em setembro, o Facebook havia dito ter atingido 10 milhões de usuários.

Os anúncios, a maioria com conteúdo que instigava a divisão no país, promovendo a hostilidade a imigrantes e negros, direcionava os leitores às páginas ligadas à IRA.

Edgett, do Twitter, deve também falar que a empresa descobriu e fechou 2.752 contas ligadas ao mesmo grupo —número 14 vezes maior que o informado pela empresa ao Senado há três semanas.

A companhia anunciou na semana passada que impedirá a compra de propaganda pelos sites Sputnik e Russia Today (RT), ligados ao Kremlin.

Nesta segunda, foi a vez de o Google reconhecer, pela primeira vez, que suas plataformas também foram comprometidas , com os operadores russos publicando milhares de vídeos em 18 diferentes canais no YouTube.

O Congresso tem pressionado as empresas de tecnologia a determinarem como os russos usaram seus sistemas para influenciar a eleição e cobrando mais controle para anúncios políticos.

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