Folha de S. Paulo


Dissidente publica vídeo de delator da Odebrecht com acusação a Maduro

A procuradora-geral deposta da Venezuela Luisa Ortega Díaz publicou nesta quinta-feira (12) um vídeo em que o ex-presidente da Odebrecht no país Euzenando Azevedo disse ter pago US$ 35 milhões a Nicolás Maduro em doações para a campanha presidencial de 2013.

A gravação publicada pela chavista dissidente é de um depoimento de Azevedo à Procuradoria-Geral da República, em 15 de dezembro de 2016. A informação sobre o pagamento ao mandatário havia sido revelada pelo jornal "O Globo" em julho.

Pedro Ladeira/Folhapress
A procuradora-geral deposta da Venezuela Luisa Ortega Díaz participa de reunião em Brasília em agosto
A procuradora-geral deposta da Venezuela Luisa Ortega Díaz participa de reunião em Brasília em agosto

Segundo Azevedo, o líder venezuelano, à época interino, pediu US$ 50 milhões à construtora brasileira por meio de Américo Mata, então seu assessor que desde 2015 é presidente de uma corporação estatal de fomento.

"O Américo me garantiu e disse que, se ganhasse, o presidente Maduro colocaria as obras da Odebrecht como prioridade e assim dar a continuidade à imagem do presidente Chávez. Então, nós negociamos, eu aceitei pagar."

A eleição presidencial foi em abril de 2013, um mês depois da morte de Hugo Chávez (1954-2013). Maduro ganhou a votação com uma diferença de um ponto percentual para o opositor Henrique Capriles, que também é citado na delação da Odebrecht.

O vídeo foi publicado pela procuradora destituída em agosto pela Assembleia Constituinte horas depois que seu sucessor, Tarek William Saab, pediu à Interpol a captura internacional de Azevedo.

Segundo Saab, ele estaria ligado à suposta rede de extorsão que o regime alega ter sido liderada pela dissidente e seu marido, Germán Ferrer.

Em fevereiro, porém, a própria Ortega Díaz pediu à Justiça a prisão do executivo e fez apreensões no escritório da Odebrecht em Caracas.


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