Folha de S. Paulo


10 milhões viram anúncios russos na eleição americana, diz Facebook

Cerca de 10 milhões de pessoas nos Estados Unidos viram anúncios políticos no Facebook comprados pela Rússia durante e logo após a eleição presidencial nos Estados Unidos, a empresa anunciou nesta segunda-feira (2).

Em nota, a companhia disse que usou um modelo matemático para estimar o alcance estimado dos cerca de 3.000 anúncios que a empresa diz terem sido comprados pelos russos.

O governo de Vladimir Putin nega envolvimento no caso.

Loic Venance - 28.dez.2016/AFP
Facebook declara que vendeu anúncios a perfis falsos russos usados na campanha eleitoral dos EUA
Facebook declara que vendeu anúncios a perfis falsos russos usados na campanha eleitoral dos EUA

Segundo o Facebook, 44% dos anúncios foram vistos antes da eleição, em novembro de 2016, e o restante foi visto depois do pleito.

Ao todo, foram gastos US$ 100 mil (R$ 315 mil) para comprar os anúncios —99% deles custou menos de US$ 1.000 (R$ 3.150)

Cerca de 25% dos anúncios não foram vistos por ninguém. "Isso acontece porque os leilões de propaganda são feitos para que os anúncios atinjam as pessoas baseado em sua relevância e alguns desses anúncios podem não ter tido relevância para alcançar alguém", afirmou o vice-presidente de comunicação da empresa, Elliot Schrage.

De acordo com ele, a maior parte dos anúncios em questão não violou as regras da empresa e poderiam ter continuado no ar se não tivessem sido comprados com contas falsas.

"Enquanto podemos nem sempre concordar com a posição de quem fala sobre as questões daqui [dos Estados Unidos], nós acreditam no direito que eles [os russos] têm de fazer isso —assim como acreditamos no direito dos americanos de expressarem sua opinião sobre questões de outros países", afirmou em nota o executivo.

O presidente do Facebook, Mark Zuckeberg, disse que a empresa vai trabalhar para evitar o que ele classificou como abusos governamentais. Ele anunciou que a companhia vai passar a pedir mais detalhes para quem quiser comprar anúncios sobre as eleições americanas.

A companhia tinha comunicado mais cedo que planejava contratar 1.000 pessoas para atuarem no monitoramento dos anúncios, com o objetivo de impedir que ações como a russa voltem a acontecer.

A empresa afirmou ainda que trabalha com outras empresas de tecnologia, como o Google e o Twitter, para entender melhor a participação de Moscou na eleição.


Endereço da página:

Links no texto: