Folha de S. Paulo


Governo francês fala em 'fracasso' após eleições para Senado

Vadim Ghirda/Associated Press
French President Emmanuel Macron gestures during a joint press conference with Romanian counterpart Klaus Iohannis, in Bucharest, Romania, Thursday, Aug. 24, 2017. Macron said Thursday he is
O presidente da França, Emmanuel Macron, durante entrevista na Romênia

O porta-voz do governo francês afirmou nesta segunda-feira (25) que as eleições para o Senado representaram um "fracasso" para o partido República em Frente!, do presidente centrista Emmanuel Macron.

No domingo (24), o partido de Macron e seus aliados tinham como objetivo conquistar a maioria de três quintos em ambas as câmaras do Parlamento, o que garantiria tranquilidade a Macron para aprovar reformas constitucionais.

Na votação, entretanto, os Republicanos –principal partido de oposição da direita– consolidaram a atual maioria conservadora e ampliaram a sua maioria para 159 assentos dos 348 da Câmara.

O República em Frente!, por sua vez, que esperava conquistar entre 40 a 50 assentos no Senado, acabou obtendo apenas 28.

Na prática, as consequências desses resultados são limitadas, uma vez que na França, em caso de desacordo entre as duas câmaras do Parlamento, a última palavra é dos deputados. 

Mas o resultado pode implicar em dificuldade na implementação de metas do governo, já que um Senado de direita pode retardar a aprovação de propostas.

Além disso, a aprovação do Senado é indispensável para a criação de emendas constitucionais, o que poderia atrapalhar os planos de Macron, que havia prometido realizar importantes reformas constitucionais, incluindo a redução de um terço do número de parlamentares.

Os resultados vêm com o declínio da popularidade de Macron apenas quatro meses após a eleição de maio. Suas taxas de aprovação caíram consideravelmente nas pesquisas de opinião, arrastadas pelas reformas trabalhistas e cortes orçamentários.

Os novos senadores iniciarão suas atividades no dia 2 de outubro, quando devem eleger seu novo presidente. Na França, o presidente do Senado, como segunda personalidade do Estado, é o responsável por substituir o presidente em caso de morte ou destituição do cargo. 


Endereço da página:

Links no texto: