Folha de S. Paulo


Irã testa novo míssil e Estados Unidos criticam programa de armas do país

AFP
The new Iranian long range missile Khoramshahr is displayed during the annual military parade marking the anniversary of the outbreak of its devastating 1980-1988 war with Saddam Hussein's Iraq, on September 22,2017 in Tehran, President Hassan Rouhani vowed that Iran would boost its ballistic missile capabilities despite criticism from the United States and also France. / AFP PHOTO / str ORG XMIT: IRN02
Novo míssil iraniano de longo alcance Khoramshahr exibido durante desfile militar nesta sexta-feira (22)

O Irã informou neste sábado (23) que testou com sucesso um novo míssil balístico com uma faixa de 2.000 quilômetros e continuaria desenvolvendo seu arsenal, apesar da pressão dos EUA para parar.

Os Estados Unidos impuseram sanções unilaterais ao Irã, afirmando que os testes de mísseis violam uma resolução da ONU que exige que Teerã não realize atividades relacionadas a mísseis capazes de entregar armas nucleares. O Irã alega que não tem tais planos.

"Você está vendo imagens do teste bem sucedido do míssil balístico Khorramshahr, o último míssil do nosso país", disse a televisão estatal IRIB (Islamic Republic of Iran Broadcasting), acrescentando que este foi o terceiro míssil do Irã com uma faixa de 2.000 quilômetros.

O míssil Khorramshahr foi exibido pela primeira vez em um desfile militar nesta sexta-feira (22), onde o presidente Hasan Rowhani disse que o Irã fortaleceria suas capacidades de mísseis.

"Extremamente preocupado com os relatos do teste de mísseis do Irã, o que é incompatível com a resolução 2231 da ONU. Convocamos o Irã a encerrar atos provocadores", escreveu o secretário britânico dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, no Twitter.

Trump disse à Assembleia Geral das Nações Unidas na terça-feira (19) que o Irã estava construindo sua capacidade de mísseis e acusou-a de exportar violência para o Iêmen, a Síria e outras partes do Oriente Médio.

Em resposta, o ministro da Defesa do Irã, Amir Hatami, declarou neste sábado que as pressões estrangeiras não afetariam o programa de mísseis de seu país.

"No caminho para melhorar a capacidade de defesa do nosso país, certamente não seremos menos afetados por quaisquer ameaças e não pediremos a permissão de ninguém", disse o ministro.

Os Estados Unidos afirmam que os testes de mísseis balísticos de Teerã violam uma resolução da ONU que aprovou o acordo nuclear.

O Irã nega que o seu desenvolvimento de mísseis viole a resolução e alega que seus mísseis não são projetados para transportar armas nucleares.

"O peso da ogiva do míssil Khorramshahr foi informado ser de 1.800 kg, tornando-se o míssil mais poderoso do Irã para defesa e retaliação contra qualquer inimigo agressivo", disse a televisão estatal.


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