Folha de S. Paulo


Em aviso ao Irã, Netanyahu diz que Israel vai se defender com 'força total'

Spencer Platt/Getty Images/AFP
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, durante sua fala na ONU
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, durante sua fala na ONU

Ecoando o discurso hiperbólico de Donald Trump na abertura dos debates desta Assembleia Geral nas Nações Unidas, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, usou sua fala no encontro para explicitar a lua de mel que vive com Washington no momento e fazer uma série de ameaças ao Irã —inimigo histórico que já prometeu "tirar Israel do mapa".

"Vamos agir para prevenir que o Irã produza armas para usar contra nós e prevenir que abram novas frentes de terror contra Israel ao longo de nossa fronteira", disse Netanyahu. "Aqueles que nos ameaçam com a aniquilação se põem em perigo mortal. Israel se defenderá com a força total de suas armas e o poder total de suas convicções."

Netanyahu, em sintonia com o presidente americano, defendeu o fim do acordo nuclear com Teerã, dizendo que em vez de coibir o desenvolvimento de armas nucleares a medida só "pavimentou o caminho" para a criação não só de uma bomba, mas de um "vasto arsenal nas mãos de um império islamista".

Falando em inglês e farsi, Netanyahu ainda deu um recado direto aos iranianos. "Vocês não são nossos inimigos, vocês são nossos amigos", afirmou. "Um dia, meus amigos iranianos, vocês serão libertados do regime do mal que os aterroriza."

Em quase meia hora de discurso, o premiê tentou passar a imagem renovada de Israel como uma nação cosmopolita, aberta e tecnológica, citando investimentos estrangeiros e suas viagens ao exterior.

Netanyahu chegou a fazer uma turnê pela América Latina, visitando Argentina, Colômbia e México, mas deixou de fora o Brasil. Em Nova York, no entanto, ele se encontrou nesta terça com o presidente Michel Temer.

De acordo com assessores do Planalto, o israelense planeja uma viagem a Lima em abril do ano que vem e poderá então esticar a visita a Brasília, tendo também convidado Temer a visitar Israel e sugerindo a criação de voos diretos entre o Brasil e Tel Aviv.


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