Folha de S. Paulo


Trump diz que investimentos de países na ONU não vêm dando 'resultados'

Kevin Lamarque/Reuters
U.S. Ambassador the the U.N. Nikki Haley applauds as U.S. President Donald Trump speaks during a session on reforming the United Nations at U.N. Headquarters in New York, U.S., September 18, 2017. REUTERS/Kevin Lamarque ORG XMIT: WHT210
Presidente Trump e a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, em evento sobre reforma da ONU

Um Donald Trump mais comedido fez sua pré-estreia nas Nações Unidas.

Na véspera de seu discurso na Assembleia Geral, marcado para a manhã desta terça (19), o presidente americano defendeu nesta segunda (18) em Nova York uma extensa reforma do órgão internacional ao lado da embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, e do secretário-geral, António Guterres.

Lendo seu discurso, Trump, que em dezembro chamou as Nações Unidas de "clube para jogar conversa fora", disse que o órgão "não atingiu seu potencial pleno por causa da burocracia" e pediu cortes no orçamento –os EUA bancam quase um quarto dos US$ 5,4 bilhões da verba anual da ONU–, dizendo que "nenhum Estado membro deve arcar com uma parte desproporcional dos custos militares ou financeiros".

O assunto era ONU, mas Trump não deixou de temperar sua fala com um dedo de propaganda, ao lembrar que construiu uma de suas torres residenciais de luxo em Manhattan em frente à sede do órgão por "ter visto potencial bem ali do outro lado da rua".

Mas o "investimento" dos países membros nas Nações Unidas, nas palavras do presidente americano, não vem dando "resultados" –ele lembrou que nos últimos anos o orçamento do órgão aumentou 140% e o número de servidores mais do que dobrou.

Nesse ponto, Trump sugeriu aplicar métodos empresariais à gestão de missões de paz, com "metas e parâmetros para mostrar o valor" dos esforços, algo que ele diz levaria a um retorno da "confiança do mundo" no órgão.

Em contraste com sua caça a membros de seu gabinete e funcionários da Casa Branca que vazam informações à imprensa, Trump defendeu na ONU que o organismo continue a lutar pela paz protegendo delatores e informantes no mundo todo.

Também lembrou que uma das missões do órgão é "proteger e empoderar meninas e mulheres", num raro aceno à agenda feminista.

Nikki Haley, embaixadora americana na ONU e uma das vozes de maior destaque no gabinete de Trump, abriu o encontro apresentando o presidente como alguém acostumado com mudanças e disse que os Estados Unidos vão fazer de tudo para que todos os 193 países membros assinem o pedido de reforma do órgão.

"Há ainda uns 70 países que ainda não assinaram e nossa meta é convencer todas as delegações", disse. "Não queremos uma ONU mais cara ou mais barata, menor ou maior, e sim melhor".


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