Folha de S. Paulo


EUA estudam possibilidade de fechar embaixada em Cuba

Desmond Boylan/Associated Press
En esta imagen de archivo, tomada el 14 de agosto de 2015, una bandera de Estados Unidos ondea en la embajada de Estados Unidos en La Habana, Cuba. ULos investigadores estadounidenses tienen muchas hipótesis sobre lo que podría estar detrás de las misteriosas afectaciones a la salud que han sufrido varios diplomáticos en Cuba, como un ataque sónico, un arma electromagnética o un dispositivo de espionaje defectuoso. (AP Foto/Desmond Boylan, archivo) ORG XMIT: WX105
A embaixada dos Estados Unidos em Cuba, em imagem de 2015

Os Estados Unidos "estão avaliando" o possível fechamento de sua embaixada em Cuba, depois dos misteriosos ataques acústicos que têm afetado ao menos 21 de seus funcionários, anunciou neste domingo (17) o secretário de Estado, Rex Tillerson.

A possibilidade "está sendo avaliada. É um assunto muito sério pelo dano que indivíduos sofreram. Alguns deles foram repatriados", declarou o chefe da diplomacia americana em uma entrevista na rede de TV "CBS" pela manhã.

Com o aumento do número de vítimas, ao menos 21 atualmente, e sem explicações sobre a origem dos ataques, alguns legisladores americanos seguem pedindo o fechamento da sede diplomática, assunto tratado na entrevista de Tillerson no programa "Face the Nation".

A embaixada dos Estados Unidos em Havana reabriu suas portas em 2015, sob a administração do presidente democrata Barack Obama, após meio século de ruptura nas relações diplomáticas entre os países.

Desde finais de 2016, 21 funcionários americanos da embaixada e alguns diplomatas canadenses manifestaram sintomas físicos, sobretudo de perda de audição, enxaquecas e náuseas e têm recebido assistência médica, alguns deles nos Estados Unidos, de acordo com o Departamento de Estado.

Os incidentes começaram em 2016 e o último deles foi registrado em agosto passado, apesar de as autoridades americanas terem se queixado aos homólogos cubanos e expulsado dois diplomatas da legação de Washington em maio.

O chanceler americano, que qualificou os ataques de "sem precedentes", advertiu o governo cubano que é responsável pela segurança dos diplomatas que trabalham na ilha, ainda que não tenha especificado quem está por trás dos ataques.

Funcionários americanos contaram à imprensa que algum tipo de dispositivo sonoro foi usado para prejudicar a saúde dos trabalhadores da legação.

LESÕES CEREBRAIS

O American Foreign Service Association, poderoso sindicato de diplomacia americano, disse em comunicado que "os diagnósticos incluem pequenas lesões cerebrais de origem traumática e perda permanente de audição, de equilíbrio e fortes enxaquecas, problemas cognitivos e edemas cerebrais".

O Canadá também informou que um dos seus diplomatas em Cuba sofreu perda de audição e disse que trabalhava "ativamente" na investigação do que aconteceu.

Segundo a cadeia de TV canadense CBC, ao menos cinco diplomatas canadenses e suas famílias foram vítimas desses ataques acústicos.

O ministério de Relações Exteriores de Cuba afirmou que estava cooperando com a investigação dos Estados Unidos nesses "supostos incidentes".

Na quinta-feira (14), a porta-voz da diplomacia americana, Heather Nauert, confirmou que o número de afetados tinha subido para 21. "Esperamos que esse número não cresça. Mas não podemos descartá-lo. Estamos fazendo testes médicos em nosso pessoal", disse aos jornalistas.

"A investigação sobre tudo isso está em curso. É uma investigação profunda... e seguiremos com ela até descobrir quem é o responsável", acrescentou.

As tensões entre os países aumentaram depois que Trump, que teve muitos votos de cidadãos cubanos nos EUA prometendo uma linha dura, deu um passo atrás na proximidade diplomática.

Ele anunciou em junho o cancelamento da iniciativa de Obama de impulsionar as relações com Cuba, com restrições a viagens de americanos à ilha e proibição de transações comerciais entre empresas americanas e entidades militares cubanas.


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