Folha de S. Paulo


Coreia do Norte fez lançamento de novo míssil, diz Seul

A Coreia do Norte disparou um novo míssil na manhã de sexta-feira (15), às 6h27 do horário local —18h57 de quinta no horário de Brasília — segundo as Forças Armadas da Coreia do Sul.

Segundo os sul-coreanos, o míssil foi disparado do distrito de Sunam, na capital Pyongyang, em direção ao leste.

O míssil sobrevoou o Japão, afirmou a agência de notícias Reuters, citando a TV japonesa NHK. Por isso, o país entrou em alerta vermelho.

O míssil caiu a 2.000 quilômetros a leste do cabo Erimo, que fica na ilha de Hokkaido, no norte do Japão, afirmou o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga.

"Essas provocações repetidas por parte da Coreia do Norte são inadmissíveis, e protestamos nos mais fortes termos", afirmou Suga.

De acordo com a Coreia do Sul, o Míssil chegou a 770 quilômetros de altitude e voou por 3.700 quilômetros.

O ministro de Relações Exteriores do Japão, Taro Kono, disse a um canal local acreditar que o míssil era intercontinental, dado seu alcance.

O premiê japonês Shinzo Abe, pediu que a ONU imponha novas sanções a Pyongyang. O Conselho de Segurança da entidade marcou para esta sexta-feira uma reunião para debater a questão.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, afirmou que a população japonesa teve que se "cobrir e esconder" devido ao medo de que o míssil fosse um ataque nuclear, o que foi descartado na sequência. O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, pediu que China e Rússia tomem uma atitude para coibir os lançamentos norte-coreanos.

Mais cedo, uma agência estatal da Coreia do Norte ameaçou usar armas nucleares para "afundar" o Japão e reduzir os EUA a "cinzas e escuridão" por apoiar uma as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o regime norte-coreano.

O Comitê da Coreia para a Paz na Ásia-Pacífico, que lida com os laços externos e propaganda da Coreia do Norte, também pediu pela dissolução do Conselho de Segurança, que chamou de uma "ferramenta do mal" constituída por países "subornados" que avançam sob ordem dos EUA.

"As quatro ilhas do arquipélago devem ser afundadas no mar por uma bomba nuclear. O Japão não é mais necessário para existir perto de nós", disse o comitê, em comunicado divulgado pela agência de notícias estatal norte-coreana.

O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, disse que as ações de Pyongyan apenas isolam mais o país e afirmou que Seul se prepara para novas ameaças do vizinho.

"O presidente Moon ordenou que as autoridades analisem de perto e se preparem para possíveis novas ameaças da Coréia do Norte, como EMP (pulso eletromagnético) e ataques bioquímicos", disse o porta voz do governo sul-coreano, Park Su-hyun.

KCNA/Reuters
Imagem da agência KCNA mostra Kim Jong-un ao lado do que o regime afirma ser uma bomba H
Imagem da agência KCNA mostra Kim Jong-un ao lado do que o regime afirma ser uma bomba H

PRESSÃO

Caso confirmado, o lançamento do míssil é a mais nova ação de Pyongyang na disputa do país com Seul e Washington.

Na última segunda (11), a ONU aprovou com apoio de China e Rússia uma nova rodada de sanções contra o governo de Kim Jong-un e seu programa nuclear.

A crise na península se agravou desde julho, quando Pyongyang fez um teste de um míssil com alcance intercontinental.

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Depois disso, uma reportagem do jornal americano "The Washington Post" disse que a Coreia do Norte já tinha tecnologia suficiente para fabricar uma míssil nuclear.

Isso levou o presidente americano, Donald Trump, a dizer que responderia com "fogo e fúria" a um ataque norte-coreano. Em resposta, Pyongyang ameaçou a ilha de Guam, território americano no Pacífico.

Depois disso, a Coreia do Norte realizou ainda um teste com uma bomba de hidrogênio no início de setembro.

Editoria de Arte/Folhapress

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