Folha de S. Paulo


Otimista, Juncker afirma que Europa está 'de vento em popa'

Patrick Hertzog/AFP
Jean-Claude Juncker beija o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans
Jean-Claude Juncker beija o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, defendeu ontem o relançamento da União Europeia (UE), assegurando que o bloco deve aproveitar que está indo "de vento em popa" após a crise do "brexit".

"A Europa está indo de novo de vento em popa. Temos de aproveitar a janela de oportunidade, mas ela não ficará sempre aberta", afirmou Juncker em seu tradicional discurso sobre o Estado da UE no Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França).

O otimismo sobre o futuro do bloco marcou a fala do chefe do Executivo europeu, que, no ano passado, havia salientado a "crise existencial" que o bloco vivia após enfrentar anos de crise econômica e imigratória.

Juncker propôs como objetivo para o restante de seu mandato, que termina no fim de 2019, avançar numa maior integração da zona do euro, à qual, segundo ele, quase todos os países do bloco deveriam somar-se, assim como à zona de livre circulação, o espaço Schengen.

Desde seu último discurso sobre o estado da UE, a crise imigratória parece controlada, as economias europeias apresentam índices de crescimento, o desemprego da zona do euro caiu para abaixo de 10% e a chegada de Donald Trump à Casa Branca tornou os 28 membros do bloco os principais defensores do livre comércio no mundo.

Para Juncker, o comércio é uma das prioridades para a construção de uma Europa "mais forte e mais unida". Ele propôs a abertura de negociações no futuro para um acordo comercial coma Nova Zelândia e a Austrália, a exemplo das que já existem com o Mercosul e o México.

Outra proposta é proteger os setores estratégicos europeus mediante um "marco" de controle dos investimentos estrangeiros no bloco, em resposta às preocupações das grandes economias europeias sobre aquisições chinesas.

Na área imigratória, Juncker apoiou a gestão italiana no Mediterrâneo e insistiu na necessidade de melhora no ritmo das devoluções aos países de origem de imigrantes que não consigam asilo e no reforço das vias legais de imigração à UE.


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