Folha de S. Paulo


Ex-executivo é preso após oferecer recompensa por cabelo de Hillary

O ex-executivo da indústria farmacêutica Martin Shkreli,34, foi preso nesta quarta-feira (13) após postar em redes sociais que daria US$ 5.000 (R$ 15,6 mil ) a quem arrancasse um fio de cabelo de Hillary Clinton.

Shkreli foi condenado em agosto por fraudes financeiras, mas aguardava em liberdade a definição de sua sentença após pagar uma fiança de US$ 5 milhões (R$ 15,6 milhões).

Após seu comentário nas redes sociais, porém, a procuradoria pediu na semana passada que ele fosse preso, já que representava um "perigo para a comunidade".

Erika/Santelices/AFP
Martin Shkreli deixa julgamento no qual foi condenado por fraude em agosto
Martin Shkreli deixa julgamento no qual foi condenado por fraude em agosto

O juiz que cuida do caso, Kiyo A. Matsumoto, aceitou nesta quarta o pedido e mandou o ex-executivo para a prisão. Ele deverá permanecer lá até janeiro, quando sairá o resultado de sua condenação.

"Há um perigo demonstrado através deste post", disse o juiz ao decidir pela prisão.

Nas redes sociais, Shkreli se apresenta como Pharma Bro e costuma fazer declarações polêmicas.

Seus advogados argumentaram, sem sucesso, que o post do ex-executivo —que depois foi apagado— foi satírico e seu conteúdo é menos ofensivo do que algumas declarações do presidente americano, Donald Trump.

"No clima político atual, a dissidência, infelizmente, muitas vezes tomou a forma de sátira política, hipérbole, paródia ou sarcasmo", disse o advogado, Ben Brafman. "Entretanto, há uma diferença entre os comentários destinados a ameaçar ou assediar e comentários —embora ofensivos— que se destinam a sátira política ou humor tenso".

Já os procuradores argumentaram que havia um risco de que algum seguidor de Shkreli levasse a ideia a sério e tentasse atacar Hillary, que atualmente está em um turnê de lançamento de seu novo livro. O Serviço Secreto iniciou uma investigação própria sobre o caso.

Shkreli ficou conhecido por sua gestão na empresa farmacêutica Turing Pharmaceuticals. Quando a companhia adquiriu o direito de um remédio usado contra toxoplasmose —doença comum em pacientes com Aids—, o executivo aumentou o preço do medicamento em mais de 5.000%.


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