A visita do papa Francisco a Medellín, neste sábado (9), causará uma saia-justa entre os rivais Juan Manuel Santos e seu antecessor na presidência, Álvaro Uribe, no reduto eleitoral deste último.
Ambos assistirão à missa para esperados 2 milhões de pessoas que o pontífice dará na cidade, que viveu o auge da guerra entre os cartéis de narcotráfico nos anos 80 e 90.
Uribe tem recebido críticas indiretas do papa em sermões nos quais o religioso demonstrou apoiar o processo de paz com as guerrilhas conduzidos por Santos e aos quais o ex-presidente se opõe.
Apesar de requisitado pelos jornalistas, Uribe tem se recusado a dar entrevistas ou a responder aos comentários do papa. Católico fervoroso, deu apenas uma declaração, dizendo que participará dos eventos religiosos em Medellín com a família, mas não dos encontros sociais entre os convidados para a missa.
Também acrescentou que, apesar de ter sido convidado, preferiu não ir ao ato de abertura da visita, na Casa de Nariño, na última quinta (7).
Pouco antes da chegada de Francisco, Uribe enviara-lhe uma carta dizendo que a Colômbia vivia um momento de dificuldades devido à impunidade, ao aumento do tráfico e à má condução da economia. Não obteve resposta.
Após a missa, o papa passeará em papamóvel pela cidade. Depois, tem previsto um encontro com jovens e uma visita a um abrigo para crianças na periferia. Antes de retornar a Bogotá, volta a desfilar em papamóvel.