Folha de S. Paulo


Tempestade Harvey perde força; número de mortos sobe para 24

O número de mortes confirmadas causadas pela tempestade tropical Harvey chegou a 24 nesta quarta-feira (24), mesmo dia que as chuvas chegaram ao Estado da Louisiana.

Entre as mortes confirmadas está a de seis integrantes da mesma família.

Com ventos de 72 km/h, o fenômeno deve seguir rumo ao norte. Segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA, a tempestade deve enfraquecer nos próximos dias, mas mesmo assim ainda causará estragos Segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA, a tempestade deve enfraquecer, mas mesmo assim ainda causará estragos nos Estados da Louisiana, Arkansas, Tennessee e partes do Missouri.

Louisiana foi o palco da tragédia causada pelo furacão Katrina, há 12 anos. O rompimento dos diques de proteção em Nova Orleans foi o principal problema após o furacão atingir a cidade. Na ocasião, 1.833 pessoas morreram –40% delas afogadas– e cerca de 80% da cidade ficou debaixo de água.

A previsão é que o Harvey seja rebaixada para depressão tropical até a manhã desta quinta (1º) e que acabe até o final de semana.

HOUSTON

Após cinco dias de chuva intensa, Houston —quarta maior cidade dos EUA e a mais afetada pela tempestade— teve o primeiro dia com algum sol nesta quarta.

Com isso, as autoridades começaram a discutir a reconstrução da região afetada pelo Harvey. A consultoria de risco RMS calculou que o prejuízo total ficará entre US$ 70 bilhões (R$ 221 bilhões) e US$ 90 bilhões (R$ 284 bilhões).

Pelo menos 32 mil pessoas estão em abrigos na cidade, segundo o governador do Texas, Greg Abbott e 8.500 pessoas foram resgatadas pelos serviços de emergência. Cerca de mil casas foram destruídas pela inundação e outras 49 mil foram afetadas de alguma forma pela água.

A maior preocupação no momento em Houston é o rompimento de alguma barreira de proteção. Na terça (29), um dique foi rompido e um reservatório transbordou, obrigando novas áreas a serem esvaziadas.

Há ainda o temor sobre uma indústria química que foi inundada em Crosby, a leste de Houston, e corre o risco de explodir.

"Os materiais podem explodir e causar um fogo intenso. A quantidade de água existente no local e a falta de energia elétrica nos impede de tomar alguma atitude que possa previnir isso", disse Richard Rowe, presidente-executivo da Arkena, dona do local.

Além disso, a prefeitura anunciou na terça (29) um toque de recolher em toda a cidade entre às 22h (0h de Brasília) e às 5h (7h) para impedir roubos e furtos. Pelo menos 14 pessoas já foram presas pela polícia por participação em saques.

RECORDE

Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA, a chuva no Texas é a maior da história nos Estados Unidos continental.

Caíram até a tarde de terça 131,7 centímetros de água, ultrapassando a marca anterior de 122 centímetros causada por um furacão em 1978 na cidade de Medina, também no Texas. Apenas o Havaí, que sofreu uma precipitação de 132 centímetros em 1950, teve uma chuva maior do que a de Houston.

O prefeito de Houston inaugurou um novo abrigo, com capacidade para 10 mil pessoas, e abriu 500 novas vagas no centro de convenção George R. Brown, que já funcionava com o dobro da capacidade. "Nós não vamos abandonar ninguém, mas isso significa que precisamos expandir nossa capacidade e nossa competência", disse ele.

Editoria de Arte/Folhapress
Maiores tempestades nos EUA

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