Folha de S. Paulo


Trump volta a ameaçar paralisar governo se não tiver verba para muro

Emmanuel Dunand/AFP
Donald Trump, durante entrevista coletiva em Washington
Donald Trump, durante entrevista coletiva em Washington

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (28) que espera que não seja necessário paralisar as atividades do governo federal para que o Congresso libere a verba para a construção de um muro na fronteira com o México.

O americano disse em entrevista coletiva ao lado do presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, que o muro será construído e que de "uma maneira ou de outra o México pagará" por ele.

O muro é uma de suas principais promessas de campanha, mas o Congresso precisa liberar a verba para sua construção.

Na coletiva, Trump disse ainda que as negociações com o México e o Canadá sobre o Nafta —o acordo de livre comércio entre os dois países e os Estados Unidos— estão difíceis. Por isso, disse Trump, talvez seja necessário cancelar o acordo ao invés de alterá-lo.

"Acredito que vamos precisar pelo menos começar o processo de cancelar (o Nafta) antes de chegar a um acordo justo", afirmou ele.

PERDÃO

Trump declarou ainda que a construção do muro vai ajudar o país a combater a entrada de drogas e de imigrantes ilegais.

Ele também defendeu sua decisão de conceder na última sexta (25) o perdão judicial ao ex-xerfie do Arizona Joe Arpaio, 85, acusado de perseguição policial por etnia devido a sua política linha-dura contra imigrantes latinos.

Arpaio foi condenado em julho a seis meses de prisão por desacatar decisão judicial de 2011 que o impedia de prender pessoas apenas pela suspeita de estarem ilegalmente no país, uma das estratégias de sua gestão.

O presidente americano disse que "muitas pessoas pensaram que [o perdão] era a coisa certa a ser feita" e afirmou que Arpaio é um "patriota" que ajudou no controle da fronteira e que foi tratado de maneira "injusta" pela Justiça.

Do bolso de seu paletó, Trump tirou uma folha de papel com o nome de algumas pessoas que receberam o perdão dos dois últimos presidentes democratas, Bill Clinton e Barack Obama.

Ele acusou os dois de liberarem criminosos perigosos. Entre os citados estava Chelsea Manning, ex-analista de inteligência das Forças Armadas que vazou informações sigilosas para o site WikiLeaks.


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