Folha de S. Paulo


Espanha conseguiu evitar ataques terroristas por 13 anos

A Espanha se manteve de corpo fechado nestes últimos 13 anos, escapando de atentados terroristas desde 2004, quando 192 pessoas foram mortas por explosões simultâneas nos trens de Madri.

Mais por seu histórico de combate ao terrorismo, pelo qual o país se tornou exemplo global, e não pela falta de tentativas das facções radicais.

Atentados de grande porte foram frustrados em 2008, e ao menos dez planos foram desmontados no ano passado. As forças de segurança revelaram duas redes, possivelmente enlaçadas com militantes da milícia Estado Islâmico na Europa.

Só nos sete primeiros meses de 2017 já houve 36 operações de segurança, com 51 suspeitos de terrorismo detidos. O mesmo número que que em todo o ano anterior.

O incremento nas ações policiais foi acompanhado pela reforma do Código Penal. Novos delitos foram incluídos, como financiamento de facções radicais, e aumentaram as penas para os condenados por terrorismo.

Luta contra o terrorismo - Espanha mantém esforços desde o atentado de 2004

O nível de alerta do país está hoje em 4 em uma escala que vai até o 5. Isso significa que o governo crê haver um alto risco de ataque.

O primeiro-ministro, Mariano Rajoy, deve se reunir neste sábado (19) em um comitê de combate ao terrorismo para decidir se eleva o valor desse alerta. A tendência é mantê-lo como está. Os próximos dias de investigação devem apontar se, apesar do histórico positivo, houve falhas no aparato de segurança espanhol.

Preocupa, por exemplo, que militantes tenham acumulado tanques de gás. Não fosse a explosão da casa em que se reuniam, eles poderiam ter levado adiante o plano de ataque a bomba em Barcelona.

Outra crítica é feita à prefeita de Barcelona, Ada Colau, que decidiu não erguer obstáculos para interromper a passagem de carros em áreas como as Ramblas. O governo fez essa recomendação, mas ela preferiu aumentar a presença policial.


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