O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, anunciou nesta sexta-feira (11) a prisão dos militares que lideraram o ataque a uma base militar de Valencia, a 167 km de Caracas, no último domingo (6).
A ação começou quando homens armados com roupas camufladas entraram no Forte Paramacay. Minutos depois, foi divulgado um vídeo em que os invasores diziam ter atuado para "restabelecer a ordem constitucional".
Reuters | ||
Vídeo em que homens armados anunciam rebelião em Valencia; líderes foram presos nesta sexta (11) |
Segundo Padrino López, o ex-capitão Juan Caguaripano, que discursa na gravação, e o tenente Yefferson García dos Ramos, responsável pela vigilância ao paiol de armas roubado da base, foram presos em Caracas.
"Esta captura foi um duro golpe ao terrorismo fascista que a direita pôs em prática. Quem traia a pátria e aponte armas contra as Forças Armadas e o povo receberão um castigo exemplar", disse, em uma rede social.
O ataque deixou dois mortos, um ferido e oito presos, todos civis. O ministério afirma que os rebeldes roubaram ao menos 80 fuzis e milhares de cartuchos, além de granadas —parte do armamento já foi recuperado.
No vídeo, o homem que se diz Caguaripano declarou que seu grupo se rebelava contra Nicolás Maduro, dando início ao que chamou de "Operação Davi". "Essa é uma ação cívica e militar para restaurar a ordem constitucional."
O ex-capitão estava foragido há três anos, acusado de planejar um golpe de Estado. Os dois deverão ser julgados pela Justiça Militar por traição à pátria e conspiração, o que deve levar a penas de mais de 30 anos de prisão.
Desde o ataque, surgiram outros vídeos de pessoas que se dizem parte da "Operação Davi" e da "Resistência", como se autodenominam os manifestantes que entram em confronto com a polícia nos protestos contra Maduro.
Dentre eles, está o ex-policial Óscar Pérez, que sobrevoou Caracas com um helicóptero da polícia e atacou a sede do Judiciário em junho. Não se sabe, porém, se há relação entre esses grupos ou lideranças por trás deles.